Prefeitura nomeia interventores para empresas de ônibus suspeitas de elo com PCC
Decisão foi tomada para manter circulação de linhas de ônibus administradas pelas empresas investigadas em operação do Ministério Público
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O prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou no fim da manhã desta terça-feira (09) que dois funcionários da SPTrans serão nomeados interventores nas duas empresas de ônibus suspeitas de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo Nunes, a decisão atende a pedido do Ministério Público para que a Prefeitura de São Paulo intervenha nas duas empresas investigadas para evitar que a circulação de linhas de ônibus seja interrompida.
"A prefeitura faz a intervenção nas duas empresas para que os usuários possam ficar absolutamente tranquilos de que não haverá nenhuma intercorrência no transporte público", disse o prefeito em vídeo publicado nas redes sociais.
Além disso, Nunes afirma que estão garantidos os pagamentos aos fornecedores das empresas.
Em um decreto publicado nesta terça, Nunes nomeou Valdemar Gomes de Melo como interventor da Trasnwolff e Wagner Chagas Alves para a Upbus.
Uma operação do Ministério Público realizada na manhã desta terça cumpre quatro mandados de prisão e 52 de busca e apreensão contra dirigentes das companhias Transwolff e Upbus.
Segundo o MP, o objetivo da operação é desarticular duas organizações que estariam lavando dinheiro do proveniente do tráfico de drogas, roubos e outros crimes.
As duas empresas são responsáveis pelo transporte de ao menos 700 mil passageiros diariamente em São Paulo. Segundo Nunes, a Trasnwolff opera 1.306 ônibus e a Upbus, 159.
Além dos dois funcionários da SPTrans, a equipe de intervenção da prefeitura também será formada por Barbarah da Silva Dantas, da Controladoria Geral do Município, Felipe Nogueira Torrano da Silva, da Secretaria Municipal da Fazenda, além de um representante da Procuradoria Geral do Município.
"Não vamos admitir em hipótese alguma nenhum desvio de conduta", disse Nunes.
Foram presos nesta terça Luiz Carlos Efigênio Pacheco, dono da Transwolff, e Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da Transwolff. Hélio Rodrigues dos Santos, secretário da empresa, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma durante as buscas. O dono de um escritório de contabilidade também foi detido.
A Folha de S.Paulo acionou as empresas na manhã desta terça, mas até a publicação deste texto não houve manifestação. A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa dos presos.
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 600 milhões em patrimônio para garantir o pagamento a título de dano moral coletivo. Também determinou que a SPTrans assuma a operação das linhas administradas pelas duas empresas na zona leste da capital.
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