Por que delegada mulher de empresário que matou gari em BH foi afastada da Polícia
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A delegada Ana Paula Balbino, casada com o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, assassino confesso do gari Laudemir de Souza Fernandes, está afastada da Polícia Civil de Minas Gerais por 60 dias por motivo de saúde.
Mesmo de licença por motivos não detalhados pela polícia, a delegada continua sob investigação da Corregedoria-Geral da Polícia Civil, que avalia se houve falha na conduta da servidora, já que a arma usada pelo marido para matar o gari era de propriedade particular dela. Em depoimento, Renê afirmou que pegou a arma sem o conhecimento da esposa. A servidora também afirmou não saber que o marido usava a arma.
A Polícia Civil informou que o inquérito e o procedimento administrativo contra a delegada continuam em andamento. “Todas as informações poderão ser repassadas após a conclusão das investigações.” A defesa da delegada não foi encontrada pela reportagem para comentar o pedido de licença.
O empresário e marido da delegada, que confessou matar a tiros o gari Laudemir de Souza Fernandes, 44 anos, em 11 de agosto, no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte, escreveu uma carta dentro da prisão afirmando que o episódio foi um “acidente”. A carta, datada do dia 25, foi escrita de próprio punho e entregue à defesa.
Renê atirou no gari em uma briga de trânsito, quando Laudemir foi defender a colega que dirigia o caminhão de lixo que fazia a coleta enquanto Renê tentava passar.
Inicialmente, o empresário negou ter cometido o crime: disse que não havia passado pela região onde Laudemir morreu. Ele mudou a versão após a divulgação de vídeos que o flagraram passeando com os cachorros e manuseando uma arma, depois do fato. Ao confessar a autoria dos disparos, Renê alegou ter tentado “atirar para cima” e ter deixado o local porque não sabia que uma bala havia atingido o gari.
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