Ponte que desabou entre MA e TO é reinaugurada um ano após tragédia
A nova Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os municípios de Aguiarnópolis, no Tocantins, e Estreito, no Maranhão, foi inaugurada no domingo, 21, com a liberação do trânsito pouco depois das 12h30. A inauguração ocorre um ano após a tragédia do desabamento, que deixou 14 mortos, uma pessoa ferida e três desaparecidos. Nas cabeceiras, há memoriais, em um sinal de lembrança e respeito.
A cerimônia teve a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho, e dos governadores do Maranhão, Carlos Brandão, e do Tocantins, Wanderlei Barbosa. A nova ponte tem 630 metros de extensão, 19 metros de largura e um vão livre de 154 metros.
São duas faixas de rolamento de 3,6 metros cada, dois acostamentos com 3 metros cada e barreiras de proteção, além de passagem para pedestres. Para a construção, o governo federal investiu cerca de R$ 172 milhões.
“Hoje é um dia marcante, é um dia de recomeço. Muita gente duvidou quando falamos que entregaríamos essa ponte em um ano, mas hoje ela está aberta ao tráfego. Está pronta, inclusive, para uma futura duplicação desta rodovia, preparada para o desenvolvimento que virá para a região”, afirmou Renan Filho.
No último fim de semana foram realizadas cerca de 20 horas de testes estruturais para garantir a segurança do tráfego. Foram utilizados oito caminhões do tipo betoneira carregados, pesando em média 30 toneladas cada. Os veículos passaram pela ponte em sequência com velocidades diferentes. Sensores foram utilizados para medir a trepidação e a resposta da estrutura.
Dona de um restaurante em Estreito (MA), Graziele Barbosa disse ter grandes expectativas com a entrega da nova Ponte JK. “A nossa esperança é de que vai ter mais fluxo na cidade e o movimento será melhor do que antes. Nós, comerciantes, tanto de Estreito quanto de Aguiarnópolis, estamos confiantes de que a nova ponte vai trazer mais renda, mais oportunidades.”
Estreito, no Maranhão, tem cerca de 34 mil habitantes, enquanto em Aguiarnópolis, no Tocantins, vivem 4.500 pessoas. Para grande parte dessa população, a travessia é parte da rotina diária, seja para trabalhar, estudar, acessar serviços públicos ou manter vínculos familiares e comerciais.
“A ponte não liga só dois estados, ela liga histórias, liga a economia. Isso traz uma sensação de alívio, um ar de esperança, retomada, principalmente em relação ao crescimento das cidades. Ver a nova ponte sendo entregue em menos de 365 dias é gratificante”, disse Jasson Souza, um dos moradores da região.
Construída na década de 1960, a antiga ponte chegou a passar por reparos em 2021, mas continuava apresentando problemas, até colapsar em dezembro do ano passado. No desabamento, caíram no Rio Tocantins três motos, um carro, duas caminhonetes e quatro caminhões, sendo que dois deles carregavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) abriu uma sindicância para apurar as causas e responsabilidades pelo desabamento, mas a investigação ainda não foi concluída. A Polícia Federal também investiga o caso.
Um laudo apresentado em julho passado aponta, entre outras causas para o colapso, a sobrecarga da ponte, a deformação do concreto, perda da capacidade de resistência e acúmulo de veículos sobre o local, além de manutenção e reformas mal executadas.
O documento destaca que foi decisão do Dnit manter “um tráfego superior ao projetado para a ponte, ao longo das últimas décadas de sua existência”. O inquérito segue em andamento.
Em nota, o Dnit informou que colabora ativamente com todos os órgãos investigativos que estão atuando na ocorrência e foi aberta na Corregedoria uma investigação preliminar sumária para apurar as causas do colapso da Ponte JK, que vão determinar os prejuízos decorrentes e quantificação de danos.
O Departamento destacou ainda que contratou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo para produzir um relatório externo que apontará às causas do colapso da ponte./COM INFORMAÇÕES DO GOVERNO FEDERAL E DA AGÊNCIA BRASIL
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