Polícia procura corpos de idosos que morreram em clínica clandestina no RS
No local, dez vítimas com idades entre 42 e 80 anos foram encontradas em condições desumanas
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A polícia e os bombeiros realizaram escavações no terreno de uma clínica clandestina no Rio Grande do Sul, onde foram achados "resíduos humanos". Dez pessoas foram resgatadas em más condições no local.
A escavação tinha como objetivo confirmar ou não a presença de corpos de pessoas que morreram no local no último ano. Como não foram encontrados cadáveres, a escavação foi suspensa.
"Considerando que cinco idosos faleceram lá nos últimos 12 meses, e não temos notícia em relação a todos eles, de que houve enterro formal, precisamos realizar a busca", explicou o delegado Valeriano Garcia Neto.
"Fizemos isso com apoio de cães farejadores do Corpo de Bombeiros, e cadáveres não foram encontrados, mas o cão indicou a presença de resíduos humanos. O que pode ter acontecido é que tenha estado ali algum corpo, e retirado dali", explicou o delegado.
No local, na segunda-feira (2), foram encontradas 10 pessoas em condições desumanas, segundo a Polícia Civil. As vítimas tinham entre 42 e 80 anos.
A residência, onde funcionava um lar de idosos clandestino, fica localizada na área rural de Taquara, em Santa Cruz da Concórdia (RS).
IDOSOS ESTAVAM DESNUTRIDOS E DESIDRATADOS
Grupo resgatado estava acomodado em locais insalubres, junto a animais. Segundo o delegado, as pessoas eram mantidas em cárcere privado, e há relatos de violência sexual. A casa também apresentava "péssimas condições de higiene", em situação "muito precária e degradante", conforme a polícia.
O local ficava sem água potável com frequência, e a orientação dos donos, segundo depoimentos obtidos pela polícia, era cozinhar e dar banho nos idosos, bem como lavar roupa e limpar com a água suja da piscina.
Entre as vítimas, estão duas pessoas paraplégicas que precisaram ser levadas de ambulância para o hospital para avaliação médica. Posteriormente, elas foram encaminhadas para um lar de idosos em Taquara.
Os responsáveis pela clínica tiveram o pedido de prisão negado pela Justiça. O Ministério Público recorre da decisão: "A gravidade em concreto dos fatos narrados e demonstrados, até então, pela polícia civil justificam a segregação cautelar dos investigados, sendo estes argumentos reiterados em sede de recurso", disse a promotora Ana Maria Hahn Souza.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com os responsáveis pela clínica porque os nomes não foram divulgados. O espaço segue aberto para manifestação.
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