PM absolvido por morte de Leandro Lo reassume cargo na corporação
Liminar permitiu retorno do tenente Henrique Otávio Oliveira Velozo ao trabalho
O tenente Henrique Otávio Oliveira Velozo, que foi absolvido pela morte do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, foi reintegrado à (PMESP) Polícia Militar de São Paulo.
Velozo retornou à corporação e à patente. O militar reassumiu hoje seu lugar como tenente da PMESP. O advogado dele, Claudio Dalledone Junior, confirmou a informação ao UOL.
Liminar permitiu retorno dele ao trabalho. Segundo nota da Polícia Militar, Velozo volta à corporação "por determinação liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo, formalizada por decreto publicado em 28 de outubro de 2025".
O policial havia sido demitido em setembro. Também por ordem da Justiça, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) assinou um decreto que retirava Velozo do cargo.
Três meses antes, o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo havia determinado a exoneração do tenente por unanimidade. A Justiça considerou as condutas de Velozo como "desonrosas" e "incompatíveis com a função".
Absolvição
Julgamento durou três dias e maioria do júri, composto por cinco mulheres e dois homens, decidiu pela absolvição do PM. O tribunal teve início na última quarta-feira (12) e a sentença, a qual o UOL teve acesso, foi proferida na sexta-feira (14) no Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães, na Barra Funda, na região central de São Paulo.
Júri acolheu tese de advogado do ex-PM, que alegou legítima defesa de Velozo. Em nota, Dalledone afirmou que as provas trazidas ao processo "demonstraram que o policial se defendeu do lutador". "Desde o início, a defesa demonstrou, por meio de provas e análises técnicas, que Henrique Velozo agiu em legítima defesa, depois de ser agredido e desmaiado por Leandro Lo", divulgou.
Durante julgamento, defesa também apontou "contradições" nos relatos de testemunhas. "Nada encaixava com a dinâmica real dos fatos", disse Dalledone. "Testemunha após testemunha, mostramos que o próprio conjunto probatório demonstrava a versão inicial", acrescentou. E concluiu: "Leandro Lo foi um grande campeão e isso precisa ser reconhecido. Mas também é necessário reconhecer que, infelizmente, ele foi o responsável por essa tragédia".
Velozo foi acusado de ter matado Leandro Lo com um tiro na cabeça. O campeão mundial de jiu-jitsu foi morto no Clube Sírio, uma casa noturna localizada no bairro de Indianópolis, na zona sul de São Paulo, em agosto de 2022, após uma briga durante o show da banda Pixote.
PM, que já conhecia o lutador, se entregou um dia após o episódio. Segundo a mãe de Lo, Fátima, Velozo foi à casa noturna com a intenção de matar o campeão mundial. Os autos do inquérito da 16ª Delegacia de Polícia, na Vila Clementino, informam que uma das testemunhas revelou que o policial havia provocado Leandro antes de pegar uma garrafa de uísque e ser imobilizado pelo campeão mundial. Em seguida, o PM teria retornado e disparado.
Tenente da PM saiu de boate e foi a prostíbulo. Após disparar contra Leandro Lo, Velozo foi à boate Bahamas, tradicional prostíbulo em São Paulo. Imagens de câmeras de segurança mostram o policial entrando na boate às 3h04 e saindo duas horas depois, acompanhado de uma mulher não identificada. Na ocasião, ele pagou por uma garrafa de um litro de uísque e duas doses de gim com energético. A Polícia Civil informou que, depois de visitar o local, o tenente foi a um motel.
Velozo tinha histórico de violência. Ele já havia sido condenado por agredir um soldado em uma briga de bar enquanto estava de folga.
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