PF investiga delegado que agrediu professor do filho em escola
O delegado teria abordado o professor do lado de fora da escola e o enforcado. Ele alega que o filho foi desrespeitado pelo profissional
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Um delegado da Polícia Federal está sendo investigado após ameaçar e agredir o professor do filho, em Gaíra, no Paraná. O profissional da educação afirma ter sido enforcado e recebido voz de prisão por ter discutido com o adolescente de 13 anos, na última sexta-feira (30).
No boletim de ocorrência, o delegado investigado afirma que o professor disse que "soltaria fogos de artifício" quando o menino saísse da escola, e ainda teria xingado o aluno de “nazista, racista, xenofóbico e gordofóbico”. O pai registrou o caso na Polícia Civil como injúria.
O professor, entretanto, alega que nunca xingou o aluno, mas confirmou que celebraria caso ele saísse da escola, já que ele seria um adolescente que causa problemas recorrentes na escola.
“Eu já tinha visto ele fazer comentários de cunho preconceituoso, machista, homofóbico, gordofóbico com os professores e que todas essas coisas somavam à visão que eu tinha de comentários detestáveis que ele fazia, inclusive eu disse para ele que em alguns momentos o vi fazer brincadeiras de cunho nazista. Mas eu sei que o menino não é nazista”, contou o professor ao blog de Andréia Sadi, ao g1.
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A agressão teria acontecido depois que o professor chamou o aluno para uma conversa particular, porque o jovem teria o chamado de "calvo". Ainda assim, o profissional nega que tenha havido uma discussão ou menção política. No mesmo dia, na saída da escola, o professor foi abordado pelo delegado.
“Ele começou a gritar que ele era delegado e que eu estava preso. Apertou o meu braço e puxou, eu tentei sair e foi quando ele me enforcou, me jogou contra o carro dele e aí ele puxou a pistola e apontou na minha cara”, relatou.
Segundo o professor, ele não conseguiu registrar um boletim de ocorrência porque a Polícia Civil anunciou uma suposta greve. Ele conta que a delegacia garantiu que ele seria chamado para depor ainda nesta semana.
Ao g1, a mãe de uma aluna da escola confirmou que testemunhou a cena e viu o professor sendo empurrado contra o carro e enforcado.
“O professor já estava sendo empurrado contra o carro, sendo enforcado e, quando percebi isso, eu desci correndo do carro e fui chamar o segurança”.
Repercussões
Após a repercussão do caso nas redes, o Ministro da Justiça, Flávio Dino, defendeu que a Polícia Federal apure o caso.
"Sobre a denúncia veiculada pelo Professor Gabriel Barbosa Rossi, no Paraná, informo que já houve registro formal e as apurações administrativas serão procedidas na Polícia Federal, visando ao esclarecimento dos fatos e cumprimento da lei".
Em nota, a PF afirmou que "está ciente quanto aos fatos relatados e instaurou procedimento administrativo para apuração do ocorrido". O Ministério Público Federal (MPF) informou que procurou o professor para prestar depoimento sobre o caso.
Já a Secretaria de Segurança Pública do Paraná ainda não se pronunciou sobre o caso. Em nota divulgada nas redes sociais, a escola afirmou que "lamenta profundamente o episódio violento ocorrido" e que "tal agressão é inadmissível".
"Reiteramos nosso apoio ao professor agredido e vale ressaltar que nada justifica uma agressão, seja física, moral ou verbal, e será sempre um ato repudiável, independentemente das razões que possam levar alguém a cometer tal atitude".
O professor está afastado do serviço por recomendação médica.
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