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Brasil

O que as cidades com os maiores carnavais de rua do Brasil estão fazendo para remediar o calor?


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A Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu alerta para o calorão durante o carnaval, que começou na sexta-feira, 28, e vai até a próxima quarta, 5. As temperaturas devem ficar acima dos 37ºC no Estado - o mesmo vale para a capital do Rio de Janeiro, conforme a Climatempo.

O Estadão perguntou às prefeituras de cidades com maiores carnavais de rua do País - São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Olinda e Belo Horizonte - sobre o que farão para remediar o calor e evitar que foliões passem mal (leia mais abaixo). As medidas mencionadas pelos municípios envolvem oferta gratuita de água, caminhões-pipa nos maiores blocos para refrescar e postos de equipes médicas nos blocos.

Imagem ilustrativa da imagem O que as cidades com os maiores carnavais de rua do Brasil estão fazendo para remediar o calor?
Em São Paulo, caminhões-pipa durante os blocos ajudam a refrescar os foliões. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em São Paulo e no Rio, um grupo de foliões intitulado “As Águas Vão Rolar” criticou as ações da prefeitura. Eles reivindicam principalmente a criação de um gabinete de crise, ampliação da oferta de água para hidratação e maior flexibilidade para horário dos blocos - destes pedidos, apenas o segundo foi atendido, mas ainda assim há dúvida se o tamanho da oferta é suficiente.

“A Prefeitura (de São Paulo) anunciou que serão oferecidos 2,2 milhões de copos de água nos três finais de semana de desfiles dos blocos. O número, porém, representa menos de 15% do público estimado em 16 milhões pela gestão municipal durante os dias de folia", argumenta o grupo. O Município, por sua vez, diz que além dos copos há “bebedouros e caminhões de água potável com torneira no percurso dos megablocos”.

“O público também terá à disposição pontos de hidratação em cinco estações do metrô: Vila Madalena, República, Anhangabaú, Barra Funda e Sé. A distribuição de água pela Prefeitura ajuda a minimizar o impacto dos dias de calor, mas a organização recomenda que os foliões também levem água, mantendo-se hidratados durante toda a festa”, diz a Prefeitura de São Paulo.

Como vem mostrando o Estadão, aumento do calor no Brasil e no mundo ocorre por conta das mudanças climáticas, que intensifica fenômenos como as onda de calor. Em eventos como o carnaval, em que há grande aglomeração, exposição ao sol e consumo de bebidas alcoólicas, aumentando os riscos de desidratação, a preocupação de especialistas da saúde se torna ainda maior.

Qual o papel dos municípios em relação ao calor durante o carnaval?

De acordo com Carlos Machado, pesquisador de saúde pública e desastres da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), duas medidas são essenciais de serem tomadas pelas prefeituras em relação ao calor nos blocos de carnaval: distribuição de água gratuitamente e posicionamento de equipes de saúde com materiais próprios para resfriamento de pessoas em estado de emergência.

“Alterar os horários dos blocos é bem-vindo, mas não garante que não haverá problema com calor. O Rio tem registrado temperaturas altas em todas as horas do dia, mesmo de noite”, afirma Machado. “Claro, concentrar a maior parte dos blocos na manhã, com início às 8h ou 9h, o que já tenho visto acontecer com alguns blocos, é recomendado. Mas é uma mudança de comportamento que leva tempo, não dá para contar com isso.”

O especialista aponta que a responsabilidade em relação ao calor deve ser compartilhada entre o poder público e os cidadãos. “A prefeitura tem que oferecer água e fazer uma campanha de comunicação de prevenção e conscientização. Já as pessoas devem levar uma garrafinha, um boné, se alimentar bem e evitar exposição nos horários mais críticos”, diz.

A utilização de caminhões-pipa para refrescamento dos foliões também é bem vista pelo médico, assim como a distribuição de viseiras e bonés, como tem feito a prefeitura de Olinda, em Pernambuco.

O que as cidades têm feito neste carnaval para remediar o calor?

São Paulo

A Prefeitura de São Paulo disse, em nota ao Estadão, que iniciou no fim de semana pré-carnaval uma “grande operação para amenizar os efeitos das altas temperaturas”. A gestão Ricardo Nunes (MDB) afirma que tem enviado aos desfiles de blocos de rua 18 caminhões-pipa com jatos d’água para refrescar o público, montado postos de saúde em locais estratégicos e deixado à disposição ambulâncias.

“Em parcerias com a Sabesp, a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e o Metrô, há a distribuição de 2,2 milhões de copos de água em 158 tendas, além de bebedouros e caminhões de água potável com torneira no percurso dos megablocos. O público também terá à disposição pontos de hidratação em cinco estações do metrô: Vila Madalena, República, Anhangabaú, Barra Funda e Sé.”

Rio de Janeiro

No Rio, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma que preparou um “esquema especial” de atendimento pré-hospitalar nas áreas de maior concentração de público, nos bairros do Centro, Copacabana e Ipanema. “São quatro postos médicos que dão suporte a um total de 44 blocos, incluindo os oito megablocos do Centro e Zona Sul. Os postos começaram a funcionar desde o dia 1° de fevereiro.”

“O serviço vem atendendo à demanda com eficiência, nos circuitos de blocos e também nos ensaios técnicos das escolas no sambódromo, não tendo sido registrados até o momento atendimentos por exaustão e calor. Isso se deve, em parte, à intensa divulgação sobre os cuidados necessários, feita pela Prefeitura do Rio, e aos serviços ofertados”, diz o município.

A prefeitura do Rio de Janeiro também ressaltou que, desde junho de 2024, o Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio (COR-Rio) monitora os níveis de calor de 1 a 5, de acordo com o risco à saúde humana, e que “o município segue no Calor 3, que é quando não há impactos na rotina da cidade”.

Imagem ilustrativa da imagem O que as cidades com os maiores carnavais de rua do Brasil estão fazendo para remediar o calor?
Bloco da Favorita, que desfilou no centro do Rio no pré-carnaval, teve caminhão-pipa pare refrescar foliões. Foto: Tomaz Silva/Agencia Brasil

Belo Horizonte

A Prefeitura de Belo Horizonte informou que disponibilizará cinco pontos de hidratação na cidade nos locais com maior número de pessoas e blocos, “com o objetivo de oferecer água aos foliões e mitigar os efeitos das ondas de calor, especialmente em eventos com grandes multidões”. Além disso, afirmou que Belo Horizonte já tem mais de 170 bebedouros públicos em funcionamento de forma permanente, em parques e praças.

“A Prefeitura de Belo Horizonte informa também que, até o momento, não houve registro de aumento na procura por atendimento de saúde devido ao calor”, afirma. “A Secretaria Municipal de Saúde monitora diariamente os dados de atendimentos na rede SUS-BH. Para garantir cuidados médicos à população, os profissionais foram sensibilizados sobre a atual situação climática e receberam um reforço na capacitação.”

Salvador

“Como parte do Carnaval Sustentável, a Prefeitura de Salvador está promovendo, este ano, o Observatório do Clima nos principais circuitos da folia. Dois equipamentos foram instalados, um deles no Campo Grande e o outro na Rua Dias D’Ávila, na Barra, próximo à Guarda Civil Municipal, para fazer o monitoramento do ar durante o período”, diz a Prefeitura de Salvador.

Os dados coletados devem ser utilizados no planejamento da cidade nos próximos carnavais, como por exemplo para promover melhorias na ventilação de determinado circuito de trio elétrico. Já implementado neste ano, a prefeitura de Salvador destaca o borrifamento de água na multidão.

Olinda

A Prefeitura de Olinda é a que implementou mais ações voltadas para amenizar os efeitos do calor. Ao Estadão, o município afirmou que está oferecendo “equipamentos de proteção para trabalhadores e foliões, como bonés, viseiras, chapéus, camisas UV e leques”, além de ter montado “estruturas de sombra em pontos estratégicos da cidade, incluindo coberturas de fitilhos”.

Outras ações na cidade são: distribuição de protetor solar para catadores e foliões, caminhões-pipa nos blocos, pontos de filtro de água por toda a cidade e estruturas com vaporizadores e mochilas pulverizadoras de água acompanhando os blocos.

Recife

A prefeitura não respondeu à reportagem

Como se cuidar neste carnaval?

Para evitar o estresse térmico durante os bloquinhos de carnaval, a recomendação é manter uma alimentação leve, beber bastante água e utilizar protetor solar, chapéu e roupas leves e arejadas. Além disso, especialistas recomendam evitar os horários que tendem ter maior pico de calor, entre as 11h e as 16h, e maneirar na ingestão de álcool.

Em caso de sintomas como tontura, fraqueza, sede intensa - mesmo após ingestão de líquidos - ou dor de cabeça forte e persistente, é recomendado procurar atendimento médico imediato.

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