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Brasil

Não dá para cuidar dos pobres com juros neste tamanho, afirma ministro

Ministro destacou que o aumento do salário mínimo acima da inflação contribui para elevar a renda na base da pirâmide social


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Imagem ilustrativa da imagem Não dá para cuidar dos pobres com juros neste tamanho, afirma ministro
Wellington Dias reivindicou que juros voltem a um patamar "mais adequado" |  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, disse nesta terça-feira (23) que o enfrentamento da pobreza é prejudicado pelos juros elevados, reforçando a pressão do governo por cortes da Selic pelo Banco Central (BC).

"Não dá para cuidar dos pobres com juros neste tamanho", declarou, durante discurso no lançamento do movimento Pacto Contra a Fome, uma iniciativa da sociedade civil que reúne organizações não governamentais, iniciativa privada e setor público com o objetivo de organizar ações conjuntas para erradicar a fome no Brasil até 2030.

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Ao reivindicar que os juros voltem a um patamar "mais adequado", Dias afirmou que aceitou ser ministro para tirar pessoas da pobreza e não para piorar a vida das famílias de baixa renda com mais endividamento.

Em seu discurso, o ministro destacou que o aumento do salário mínimo acima da inflação contribui para elevar a renda na base da pirâmide social e "tirar mais gente da pobreza".

Com o reforço do Bolsa Família em junho, dado o acréscimo dos repasses de R$ 50 a gestantes e crianças e adolescentes de sete a 18 anos, mais de 8,5 milhões de famílias sairão da extrema pobreza, também frisou o ministro.

Ele comentou ainda que o novo marco fiscal, substituto da regra do teto de gastos a ser votado na Câmara, vai melhorar as condições para o Brasil receber investimentos.

Assim como Dias, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, reforçou durante o evento o compromisso do governo no combate à fome, principal objetivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Nesse sentido, ela considerou a aprovação da reforma tributária "fundamental" para a geração de emprego e renda, diminuindo assim os índices de fome e miséria no País.

"É fundamental uma reforma tributária que diminua a carga tributária do setor produtivo, para que nossas indústrias voltem a ser competitivas para garantir emprego e renda à população", disse Tebet.

Segundo a ministra, não falta dinheiro para o combate à fome, mas o Brasil "gasta mal" e não fez políticas públicas permanentes nos últimos anos para erradicar o problema. "Colocamos, no Ministério do Desenvolvimento Social, R$ 170 bilhões para o Bolsa Família. Não é possível que, ainda assim, tenhamos pessoas na fila do cadastro único", pontuou.

A ministra do Planejamento salientou que a missão designada pelo presidente Lula de "incluir o pobre no orçamento" está sendo executada com responsabilidade fiscal.

"Depois de 30 anos, voltamos para o mapa da fome. A pergunta mais importante é: por que um País de dimensão continental, com solo que temos, com mão de obra, por que esse País tem um povo tão miserável, tem 8 milhões de crianças que dormem com barriguinhas vazias à noite? Não tivemos, nesses 30 anos, políticas públicas permanentes que façam o Brasil crescer sem deixar ninguém para trás", criticou Tebet.

Antes do discurso de Tebet, o ministro Wellington Dias cobrou que o Plano Safra não tenha financiamento direcionado apenas a grupos agrícolas exportadores, mas também à agricultura familiar, de modo a aumentar a oferta de alimentos para a "mesa dos brasileiros".

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