‘Muro do Bope’: entenda estratégia da polícia do Rio em operação contra o Comando Vermelho
A ofensiva conjunta entre as polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, realizada na terça-feira, 28, foi planejada para que uma parte decisiva da ação ocorre no que o secretário da Polícia Militar do Rio, Marcelo de Menezes, chamou de “Muro do Bope”.
A ação culminou em 113 presos, dos quais 33 de outros Estados; 121 mortos, inclusive quatro policiais; e 118 armas apreendidas, sendo 90 fuzis e 26 pistolas. O governador Cláudio Castro (PL) disse que a operação foi um “sucesso”; a Defensoria Pública Estadual fala em indícios de ilegalidades.
O que é o “Muro do Bope”
Segundo o secretário Marcelo de Menezes, “a grande maioria dos confrontos, quase a totalidade, se deu na área de mata. E a opção pelo confronto se deu pelos marginais, pelos narcoterroristas. Aqueles que quiseram ser presos, foram presos, basta os senhores avaliarem o grande número de presos nessa operação”.
A área de mata a que se referiu o secretário é uma região na Serra da Misericórdia, localizada no Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com dados da prefeitura, com base no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 58.516 moradores na Penha - esse número é referente a todo o bairro, e não apenas ao complexo de favelas.
O Complexo da Penha fica ao lado do conjunto de favelas que formam o Complexo do Alemão, que é habitado por 54 mil pessoas, ainda segundo os dados da prefeitura.
Marcelo de Menezes afirmou em entrevista que houve “incursão de tropas do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) na área mais alta da montanha da Serra da Misericórdia, que divide esses dois complexos (Penha e Alemão), operando o que a gente chamou de ‘Muro do Bope’”.
 
	“9 milhões de metros quadrados de desordem”
O “Muro do Bope” foi, na prática, uma linha de contenção formada por agentes de segurança para empurrar os suspeitos para o topo do morro.
Ainda de acordo com o secretário da PM, a operação teve 60 dias de planejamento. O Estado diz que a estratégia foi necessária para avançar sobre um território dominado pelo crime organizado.
“São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem. Casas construídas de forma irregular, becos que é impossível fazer o patrulhamento”, disse Victor Santos, secretário da Segurança Pública do Rio.
 
		
		 
         
                                    
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