Morte de terceira vítima de explosão em Cabreúva (SP) é confirmada
As causas da explosão da caldeira, que destruiu completamente o galpão da metalúrgica, são investigadas pela Polícia Civil
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Mais uma vítima da explosão de uma caldeira em fábrica de Cabreúva, no interior de São Paulo, teve identidade divulgada nesta segunda-feira (4). Após três dias internado, o jovem Erick Mendes de Souza, 21, morreu pela manhã no hospital Leonor Mendes de Barros, em Sorocaba. Ele trabalhava havia quase três anos na empresa onde ocorreu o acidente.
As outras vítimas são o sergipano Fernando Nascimento dos Santos, 25, e o piauiense Azarias Barbosa do Nascimento, 46, ambos funcionários da fábrica. A Prefeitura de Cabreúva chegou a divulgar neste domingo (3) que uma pessoa ainda não identificada havia morrido em hospital de São Paulo. A informação, porém, foi corrigida, e com a confirmação mais recente o total de óbitos relacionados ao acidente chega a três.
As causas da explosão da caldeira, que destruiu completamente o galpão da metalúrgica, são investigadas pela Polícia Civil. Segundo o delegado Ruiter Martins, responsável pelo caso, a investigação ainda precisa coletar depoimentos e dos resultados uma nova perícia antes de atribuir responsabilidades pelo acidente.
"Os peritos vão retornar nessa semana com uma equipe de engenharia para ver mais detalhes técnicos, com base em documentos que foram solicitados à empresa, como planta e mapa das instalações de gás da fábrica", disse o policial.
Nesta segunda, a delegacia de Cabreúva vai coletar depoimentos de um técnico e de um engenheiro responsável pela segurança do trabalho na empresa. A oitiva dos proprietários da Tex Tarugos para Extrusão Ltda ainda não tem data para acontecer -dois dos quatro sócios estão internados.
A metalúrgica também se tornou alvo de inquérito civil do MPT (Ministério Público do Trabalho), que esteve hoje no local do acidente. Segundo a procuradora Alvamari Tebet, o órgão quer ouvir os sócios da empresa nesta terça-feira (5).
O MPT vai se reunir com o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) em força-tarefa para identificar e fiscalizar outras empresas da região. "São empresas pequenas, com o mesmo sistema produtivo e estrutura similar de máquinas e equipamentos", disse Tebet.
Segundo o chefe de fiscalização do MTE na região, Ubiratan Vieira, o órgão já recebeu denúncias contra outras empresas por descumprimento a direitos trabalhistas. A força-tarefa também deve verificar tempo de uso e condições gerais de máquinas e equipamentos.
Em vistoria realizada no último sábado (2), o órgão observou inadequação nas instalações elétricas e falta de equipamentos de proteção contra incêndio no galpão da Tex Tarugos. O MTE também verificou que não havia sinalização de segurança no local. Além disso, máquinas e equipamentos antigos não tinham registro de manutenção.
A empresa, aberta em 2020, não tinha alvará de funcionamento e foi multada duas vezes pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) por operar sem licença ambiental.
A explosão, ocorrida na manhã de sexta-feira (1º), foi sentida em toda a região. Segundo relatos de vizinhos, com a força do estrondo, janelas em residências próximas se quebraram, e outros galpões no entorno da fábrica foram atingidos por rochas e peças metálicas.
No momento do acidente havia 41 pessoas na empresa, e 30 precisaram de atendimento médico de urgência. Os pacientes mais graves foram transferidos para hospitais da região e da capital. Oito continuam internados.
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