Ministério Público recomenda cassação de Sérgio Moro
Segundo procuradores, houve abuso de poder econômico do então candidato em 2022
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A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) do Paraná expressou, nesta quinta-feira (14), seu posicionamento a favor da procedência parcial da ação eleitoral contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Recomendou a cassação do mandato do ex-juiz da Operação Lava Jato devido ao abuso de poder econômico durante a pré-campanha de 2022.
O parecer foi protocolado pouco após as 22h, segundo informações da Folha de São Paulo, e traz as assinaturas dos procuradores da República Marcelo Godoy e Eloisa Helena Machado, ambos da Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná.
Apesar de reconhecerem o abuso de poder econômico, os procuradores não identificaram o uso indevido dos meios de comunicação social.
"O processo eleitoral foi inegavelmente comprometido pela significativa utilização de recursos financeiros no período anterior à campanha eleitoral, ultrapassando amplamente os limites do razoável, conforme todos os parâmetros objetivos aplicáveis", destaca um trecho da manifestação.
Além da cassação, os procuradores defendem a inelegibilidade de Moro e de seu primeiro suplente, Luís Felipe Cunha (União Brasil).
O juiz eleitoral Luciano Carrasco Falavinha Souza, relator do processo, deverá divulgar seu voto no próximo mês, e a expectativa é que o caso seja levado ao julgamento no plenário do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) no final de janeiro.
De acordo com o relatório, o montante total gasto na pré-campanha de Moro representa 110% da média dos investimentos realizados por todos os candidatos ao Senado no Paraná durante o período da campanha eleitoral.
As ações que implicam o senador foram protocoladas pelo Partido Liberal (PL) e pela Federação Brasil da Esperança - FÉ BRASIL (PT/PCdoB/PV) nos meses de novembro e dezembro de 2022.
No dia 7 de dezembro, Sergio Moro prestou depoimento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, no qual, na mesma ocasião, criticou as duas ações nas quais é alvo, afirmando que as acusações são "levianas".
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