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Brasil

Ministério Público investiga usuários do jogo chamado Simulador de Escravidão

Lançado em 20 de abril, o jogo teve mais de mil downloads antes de ser retirado do ar na semana passada


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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) está investigando usuários do jogo de celular Simulador de Escravidão que fizeram comentários avaliando o aplicativo na Play Store. A seção da loja dedicada a avaliações conta com vários textos que defendem tortura.

A promotora Maria Fernanda Balsalobre Pinto, do Gecradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância), solicitou no último dia 24 que a Google forneça dados pessoais de todos os usuários que comentaram sobre o jogo, considerando haver ali "discurso de ódio penalmente típico".

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"Ótimo jogo para passar o tempo. Mas acho que faltava mais opções de tortura. Poderiam instalar a opção de açoitar o escravo também. Mas fora isso, o jogo é perfeito", escreveu um usuário.

No último sábado (27), o Google disse que baniu da Play Store a desenvolvedora Magnus Games, responsável pelo jogo. Nele, os jogadores podiam comprar escravos, praticar castigos físicos, enriquecer com o trabalho deles e evitar rebeliões e fugas.

Lançado em 20 de abril, o jogo teve mais de mil downloads antes de ser retirado do ar na semana passada. O aplicativo continua funcionando para quem já o tinha instalado no celular.

Neste sábado (27), a Educafro Brasil ingressou na Justiça com uma ação civil pública contra o Google em que pede R$ 100 milhões de indenização pelo fato de a empresa ter disponibilizado em sua loja o aplicativo.

"Chega a ser inacreditável que, em pleno ano de 2023, a população negra, não só do Brasil, mas de todos os países onde o fato repercutiu, a testemunhar a maior empresa de tecnologia do mundo inteiro auferir com racismo explícito e clara apologia à escravidão, violência física, verbal e sexual de pessoas negras como forma de entretenimento", afirma a Educafro na ação.

Em nota, o Google afirma ter um "conjunto robusto de políticas que visam manter os usuários seguros e que devem ser seguidas por todos os desenvolvedores".

"Não permitimos apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas", informa a plataforma.

"Qualquer pessoa que acredite ter encontrado um aplicativo que esteja em desacordo com as nossas regras pode fazer uma denúncia. Quando identificamos uma violação de política, tomamos as ações devidas. E, em casos graves, podemos tomar medidas mais rígidas, incluindo proibir o desenvolvedor de publicar novos aplicativos no Google Play", completou o Google, na nota.

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