X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Brasil

Ministério Público cobra explicações da Meta sobre anúncios de apostas com crianças

Denúncia de instituto apontou perfis de meninos e meninas a partir de 6 anos divulgando jogos de azar online e bets


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Ministério Público cobra explicações da Meta sobre anúncios de apostas com crianças
Disseminado no país, esse tipo de aposta já atinge crianças e adolescentes, e famílias e escolas começam a se deparar com o vício dentre os mais novos |  Foto: Canva

O Ministério Público de São Paulo encaminhou um ofício à Meta, dona do Instagram e do Facebook, solicitando explicações sobre perfis de influenciadores mirins nas redes sociais que fazem publicidade de apostas online.

O requerimento da Promotoria se baseia em um levantamento feito pelo Instituto Alana, ONG em defesa da infância e da adolescência, que apontou perfis do Instagram de meninos e meninas a partir de seis anos de idade anunciando jogos de azar online e bets, as conhecidas apostas digitais em torno, principalmente, do futebol.

No ofício, a Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude da Capital solicita que o Instagram se manifeste sobre esses perfis e informe "as medidas concretas adotadas para coibir a exposição de crianças e adolescentes à promoção e divulgação de jogos de aposta online".

O órgão também requer informações sobre "mecanismos de controle de conteúdo realizados contra publicidade ilegal e abusiva dirigida ao público infantojuvenil". Por fim, requisita os dados cadastrais dos responsáveis pelos perfis.

No ofício, a Promotoria afirma que as informações serão consideradas para que se decida sobre a instauração ou não de um inquérito civil.

A Meta encaminhou a seguinte nota para reportagem da Folha de S.Paulo, publicada na segunda-feira (24), sobre os perfis de influenciadores mirins que anunciam bets: "Não permitimos menores 13 anos em nossas plataformas, salvo em casos de contas gerenciadas por um responsável. Nossas políticas também não permitem conteúdos potencialmente voltados a menores de 18 anos que tentem promover jogos online envolvendo valores monetários, e removemos posts dessa natureza das contas apontadas pela reportagem. Usamos uma combinação de tecnologia e revisores humanos para identificar conteúdos e contas que violem nossas políticas e estamos sempre trabalhando para aprimorar a nossa abordagem em prol de um ambiente seguro para todos."

RISCO DE SUICÍDIO

Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, as apostas online, disseminadas no país, já atingem crianças e adolescentes, e famílias e escolas começam a se deparar com o vício dentre os menores. Entre os prejuízos causados à infância e à adolescência estão problemas financeiros, queda do rendimento escolar, danos à saúde mental e risco de suicídio.

Adolescentes de diferentes realidades sociais, das famílias mais vulneráveis à classe A, se viciam e perdem grandes quantias em dinheiro.

Um estudante de uma escola particular de São Paulo ganhou R$ 5.000 em uma semana de apostas e, nos dias seguintes, perdeu a mesma quantia.

Um garoto que joga em um time de base do interior paulista, e ganha R$ 200 mensais de ajuda de custa do clube, pede a amigos dinheiro emprestado para as apostas e já acumula uma dívida de R$ 5.000.

O levantamento feito pelo Alana cita o caso de um jovem de 17 anos do Maranhão que se suicidou depois de perder R$ 50 mil, que havia recebido de herança, no Fortune Tiger, o "jogo do tigrinho", caça-níquel extremamente popular.

O levantamento do Alana apontou, entre os influenciadores mirins que divulgam apostas, o perfil de uma menina de apenas seis anos que dá espaço a propagandas de cassinos e bets, além de divulgar rifas e sorteios de produtos como motos e iPhones. Ela tem mais de 3 milhões de seguidores.

Entre os adolescentes, está uma garota de 16 anos, que ficou conhecida pelas dancinhas do TikTok e tem 7,7 milhões de seguidores no Instagram. Ela faz propaganda de bets entre seus posts recheados por imagens nas quais aparece em poses sensuais.

A garota já fez vídeo jogando e incentivando os seguidores, em grande parte crianças, a fazer o mesmo: "Só não consegue ganhar dinheiro quem não quer", diz.

O Alana pede que a Meta "repare os danos já causados a crianças e adolescentes" com uma indenização, voltada ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, de pelo menos R$ 50 milhões, e que crie mecanismos para que a publicidade realizada por menores possa ser denunciada no próprio Instagram.

Solicita que esse tipo de conteúdo não seja impulsionado, mas removido, e que o trabalho de influenciadores mirins só seja autorizado mediante alvará judicial.

No Brasil, divulgar e promover o uso de jogos de azar por crianças e adolescentes fere as leis de proteção à infância e os critérios estabelecidos pelo Conanda (Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente) e pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: