Ministério da Justiça cita falhas, mas descarta corrupção em fuga em Mossoró
A fuga, inédita no sistema penitenciário federal, completou 48 dias nesta terça-feira
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O Ministério da Justiça afirma que houve falhas em procedimentos, mas descarta corrupção de agentes na fuga de dois presos da penitenciária federal de Mossoró (RN).
A conclusão consta em relatório da corregedoria-geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Sobre as falhas, a corregedora Marlene Rosa afirma que elas se deram nos procedimentos carcerários de segurança.
Para apurar as falhas, diz o ministério, foram instaurados três processos administrativos disciplinares envolvendo dez servidores.
"Outros 17 servidores assinarão Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual se comprometem com uma série de medidas -entre as quais, não podem cometer as mesmas infrações e terão de passar por cursos de reciclagem", diz a pasta em nota.
Como mostrou a reportagem, as celas dos dois presos que fugiram ficaram ao menos 30 dias sem revista e, por isso, foram abertas as apurações contra os dez servidores.
"A corregedora ainda determinou a abertura de uma nova Investigação Preliminar Sumária para continuar as apurações referentes às causas da fuga, com foco nos problemas estruturais da unidade federal", informou o ministério.
A fuga, inédita no sistema penitenciário federal, completou 48 dias nesta terça-feira (2). Nesse intervalo, Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Tatu ou Deisinho, já mantiveram uma família como refém, foram avistados em comunidades diversas, se esconderam em uma propriedade rural e agrediram um indivíduo na zona rural de Baraúna.
Órgão já havia apontado que a fuga foi resultado de diversas falhas internas, sendo a principal a falta de revistas, que deveriam ocorrer diariamente. Sem elas, não foi possível que os servidores de detectar o buraco que os presos estavam fazendo na luminária e por onde escaparam, durante o Carnaval.
Além das barras de ferro da própria cela, os presos utilizaram uma chapinha de 20 cm, localizada no buraco da porta, por onde eles recebem alimentos.
Até a semana passada, as buscas pelos fugitivos envolviam 500 policiais de forças como PF, PRF (Polícia Rodoviária Federal), Polícia Militar do Rio Grande do Norte. A atuação da Força Nacional, que participava da operação desde 23 de fevereiro, não foi renovada.
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