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Brasil

Médica é presa após raptar bebê em hospital de Minas Gerais

Polícia afirma que a suspeita se passou por pediatra para levar a recém-nascida da unidade. Criança foi achada no dia seguinte


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Imagem ilustrativa da imagem Médica é presa após raptar bebê em hospital de Minas Gerais
Cláudia Alves colocou a bebê em uma mochila e saiu do hospital. Advogado diz que ela estava medicada |  Foto: Reprodução de redes sociais e Divulgação

Uma médica de 42 anos entrou no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (MG) na noite de terça-feira (23) e fugiu com uma bebê recém-nascida.

A Polícia Civil afirma que a suspeita se passou por pediatra para levar a criança do quarto da mãe. Ela então colocou a bebê em uma mochila e saiu do hospital em um carro vermelho.

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A criança foi encontrada na manhã desta quarta-feira (24) em Itumbiara (GO), a 134 quilômetros de distância da cidade mineira, e encaminhada ao hospital para avaliação. Segundo a polícia, ela está bem.

A suspeita, identificada pela polícia como Cláudia Soares Alves, foi presa em flagrante e deve responder pelo crime de sequestro qualificado, cuja pena pode chegar a 8 anos de prisão.

Segundo o delegado Carlos Antônio Fernandes, a mulher afirmou que usou medicação e entrou em surto. “Ela disse que teria feito uso de medicação, entrado em surto psicótico e, por isso, teria entrado na maternidade e sequestrado a criança”. Porém, ele não informou qual seria o remédio usado pela mulher.

Cláudia é neurologista e tem situação regular nos conselhos regionais de medicina dos estados de Minas Gerais e Goiás.

A Polícia Militar afirma que descobriu o paradeiro do veículo após ele passar por um pedágio no sentido de Centralina (MG), município vizinho a Itumbiara, e acionou as autoridades de Goiás.

A recém-nascida foi retirada do hospital por volta da meia-noite desta terça. A unidade afirma que a médica acessou o local com um crachá da universidade. Diz ainda que iniciou apuração interna das circunstâncias do crime e está colaborando com as investigações.

Nas redes sociais, a médica diz ser professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

Procurada, a UFU diz que Claudia é matriculada no curso de doutorado do programa de pós-graduação em Ciências da Saúde e, recentemente, foi aprovada em concurso público e tomou posse como professora do curso de graduação em Medicina da Faculdade de Medicina. A UFU disse também que tomará de imediato as necessárias medidas administrativas.

A UEG afirma que Soares pediu exoneração do cargo no início deste mês e não voltaria a dar aulas na instituição.

Suspeita faz uso de medicamentos, diz defesa

O advogado Vladimir Rezende, responsável pela defesa da médica, explicou que ela faz acompanhamento psiquiátrico há alguns meses por conta da morte da mãe e toma medicamentos controlados.

Segundo a defesa, por conta de uma suposta gravidez, Cláudia Soares Alves precisou mudar a medicação e teve um surto, que a levou a sequestrar a recém-nascida.

“Com a alteração dos medicamentos, ela deu um surto, um surto psicótico. Tem um laudo clínico relatando toda a situação dela. Nossa defesa vai ser essa, porque realmente é o que aconteceu”, afirmou.

A médica entrou no hospital usando roupa de profissional de saúde, luvas e com o rosto coberto por máscara. Ela também usava crachá da UFU.

A criminosa foi até o quarto onde a recém-nascida estava, se apresentou ao pai da bebê como pediatra e a retirou de lá dizendo que iria alimentá-la. Em seguida, saiu com a menina do hospital e caminhou com ela em direção ao carro. Ela tinha nascido há apenas três horas.

O pai, o motorista Édson Ferreira, contou como foi a ação. “Ela era muito bem articulada. Entrou, mexeu nos peitos da minha esposa para ver se tinha leite. Disse que era pediatra e que ia levar a bebê para se alimentar. Minutos depois, eu vi que a minha menina não voltava, e aí percebemos que ela tinha sido levada”, contou.

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