Lula sanciona lei que institui o Dia Nacional do Maracatu no Brasil
A escolha da data homenageia o mestre Luís de França, líder do Maracatu Leão Coroado por quatro décadas, um dos mais antigos do país
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta terça-feira (12), a lei que institui o Dia Nacional do Maracatu, a ser celebrado anualmente em 1º de agosto. A proposta, que tramitava no Congresso há cinco anos, foi aprovada no mês passado e formalizada em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília.
A escolha da data homenageia o mestre Luís de França, líder do Maracatu Leão Coroado por quatro décadas, um dos mais antigos do país, fundado em 1863 e sediado em Olinda. Coincidentemente, o dia também marca o Dia Municipal do Maracatu de Baque Solto no Recife, ressaltando a importância da tradição na cultura pernambucana.
Durante seu discurso, Lula defendeu o apoio governamental para impulsionar o maracatu em todo o país, enfatizando a necessidade de incentivos e patrocínios que coloquem essa arte em destaque no cenário nacional.
A fala do presidente gerou polêmica na imprensa do Sudeste do País, porque o governo discute um pacote de corte de gastos. Investir em cultura, contudo, é uma política pública. E não investir também.
O maracatu tem uma importância histórica, cultural e simbólica profunda para as pessoas negras no Brasil, especialmente em Pernambuco, onde a tradição é mais forte. Essa manifestação cultural está diretamente ligada à resistência, identidade e afirmação da cultura afro-brasileira.
As pessoas negras, muitas vezes privadas de suas identidades e culturas, usaram o maracatu como uma maneira de afirmar sua herança cultural e sua autonomia, criando uma conexão com suas raízes africanas e se opondo ao processo de desumanização imposto pela escravidão.
"A gente vai ter que arrumar dinheiro, a gente vai ter que arrumar patrocínio para que essa arte chamada maracatu tenha o mesmo apreço e o mesmo respeito que tem o rock, o samba, qualquer outro show", afirmou o presidente.
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