Líder de milícia na Baixada Fluminense e policial civil são presos suspeitos de vazarem operações
RIO – O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio cumpriu nesta terça-feira, 9, dez mandados de prisão em uma operação contra uma milícia que atua em Belford Roxo e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Um policial militar é considerado foragido.
O Gaeco, com apoio das corregedorias da Polícias Civil e Militar, cumpre os mandados em endereços na Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Belford Roxo e Duque de Caxias, além de unidades prisionais.
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O policial civil Jaime Rubem Provençano, que era lotado na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), foi um dos presos na Operação Golden Head. A reportagem tenta contato com a defesa.
Outro alvo da ação é o policial militar Gilmar Carneiro dos Santos, conhecido como Professor Gilmar, que era do 39º BPM (Belford Roxo). Ele ainda não foi localizado.
Outro preso na operação desta terça-feira foi Diego dos Santos Souza, o “Cabeça de Ouro”, apontado como dos líderes da milícia. O Estadão tenta contato com a defesa.
Os dois policiais alvos da operação são suspeitos de vazar informações sobre operações e dar suportes às atividades do grupo criminoso. O Gaeco denunciou à Justiça 13 integrantes de uma milícia.
A pedido do Gaeco, o Juízo da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa decretou a prisão preventiva de todos os denunciados. Eles vão responder pelo crime de constituição de milícia privada.
Investigação
De acordo com o MPRJ, o Procedimento Investigatório Criminal (PIC) revelou que a milícia é liderada Cabeça de Ouro, e por Carlos Adriano Pereira Evaristo, o “Carlinhos da Padaria”, comandavam as ações do grupo de dentro do sistema prisional.
“A cobrança dos valores era gerenciada por Angelo Adriano de Jesus Guarany, o “Magrinho”, responsável por articular a comunicação entre os líderes presos e os cobradores nas ruas", disse o MPRJ.
Os promotores descrevem que a organização praticava extorsões contra comerciantes e mototaxistas. Também há registros de torturas, execuções e disputas armadas por território. O grupo atuava nos bairros Wona, Lote XV e Vale das Mangueiras, em Belford Roxo, e no bairro Pantanal, em Duque de Caxias.
“As investigações reuniram provas sobre a existência de controle financeiro, prestação de contas e ordens transmitidas por mensagens. A apuração também identificou disputas armadas com um grupo rival, registros de traições, coações de integrantes e planejamento de ataques”, disse o MPRJ.
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