Jovem morto em zoo tinha transtornos mentais e queria cuidar de leões na África
A conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhava o jovem, compartilhou relato nas redes sociais
O jovem Gerson de Melo Machado, que morreu neste domingo (30) após ser atacado por uma leoa em um zoológico em João Pessoa (PB), tinha um histórico de transtornos mentais e passagens pelo conselho tutelar.
A conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhava o jovem, compartilhou relato nas redes sociais dizendo que Gerson manifestou, em diversas oportunidades, o desejo de ir para a África cuidar de leões.
A conselheira afirmou também que ele chegou a tentar entrar no trem de pouso de um avião no aeroporto de João Pessoa, mas acabou identificado por câmeras de segurança. Ela disse ainda que, neste ano, ele teria jogado um paralelepípedo em uma viatura da Polícia Militar.
"Você só queria voltar a ser filho da sua mãe, que é esquizofrênica e não tinha condições de cuidado. Sua avó, também com transtornos mentais. Mas a sociedade, sem conhecer sua história, preferiu te jogar na jaula dos leões", disse Verônica.
Gerson escalou uma parede de mais de seis metros no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, pulou as grades e se pendurou em uma árvore para entrar no espaço ocupado pela leoa.
Ele morreu devido aos ferimentos causados na região do pescoço. O animal ficou assustado após o ataque e não chegou a ingerir partes do corpo do jovem.
O primeiro contato da conselheira com Gerson ocorreu quando ele tinha 10 anos, após ser encontrado pela Polícia Rodoviária Federal andando em uma rodovia. Desde então, ela acompanhou o caso de Gerson pela instituição, incluindo passagens do jovem pela polícia, até ele completar a maioridade.
Segundo ela, o conselho tutelar solicitou acompanhamento psiquiátrico para transtornos mentais ao Estado, sem sucesso.
A mãe de Gerson teve a tutela dos filhos destituída, e ele foi o único de cinco irmãos a não ser adotado.
O parque foi fechado logo após o ataque e seguirá assim até o fim das investigações. A leoa está sob acompanhamento e passará por uma avaliação veterinária nos próximos dias. Ela não deverá ser sacrificada.
Em nota, a gestão do zoológico classificou o episódio como um "incidente absolutamente imprevisível, fora de qualquer cenário dentro da rotina do parque".
Segundo o zoológico, o espaço da leoa tem grades reforçadas e barreiras para a proteção dos animais e dos visitantes.
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