Indonésia reforçará segurança no turismo após morte de Juliana; velório acontece nesta sexta no RJ
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A morte da brasileira Juliana Marins, 27 anos, após cair de um penhasco em trilha no monte Rinjani, na Indonésia, e a demora de quatro dias para o resgate chegar até ela continuam repercutindo no país asiático. Nesta quinta-feira, 3, o governo indonésio anunciou que implantará medidas de reforço na segurança de pontos turísticos extremos no país, em especial o monte Rinjani.
- O velório de Juliana acontece na manhã desta sexta-feira, 4, em Niterói (RJ), cidade natal da publicitária (veja detalhes mais abaixo).
“Esta manhã, conversamos com @agam_rinjani e @tyo_survival (voluntários que ajudaram no resgate de Juliana) e outros alpinistas sobre a avaliação do Rinjani e a segurança da escalada. Todos concordam: subir uma montanha não é a mesma coisa que ir ao shopping. Por isso, devemos rever seriamente os protocolos de segurança“, publicou no Instagram o ministro florestal da Indonésia, Raja Juli Antoni.
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“Devem existir guias licenciados, verificações de saúde mais rigorosas para os turistas e garantir que o equipamento de evacuação esteja disponível de forma adequada. Também discutimos planos para usar RFID (comunicação por radiofrequência), abrir rotas de resgate de padrão internacional e classificar montanhas pelo risco. Tudo deve ser feito em conjunto – governo, voluntários, comunidade de escalada e também o setor privado – para que a escalada se torne mais segura e ordenada", afirmou o ministro.

Crise na imagem da Indonésia
Na semana passada, o governador da província de Nusa Tenggara Ocidental (NTB), onde está localizado o Monte Rinjani, já havia admitido falta de estrutura no monte Rinjani.
Em carta aberta publicada ao Brasil, o governador afirmou que, apesar dos “esforços extraordinários” da equipe de resgate em tentar salvar a brasileira e das “condições climáticas extremas” no local no período, que dificultaram as ações, é inegável que a infraestrutura no local colaborou para a demora em chegar até Juliana.
“Reconhecemos que o número de profissionais de resgate vertical certificados segue insuficiente e que ainda faltam equipamentos necessários para esses missões”, disse ele após a grande repercussão do caso localmente.
Nas últimas semanas, brasileiros invadiram páginas de autoridades indonésias no Instagram cobrando medidas a respeito do caso de Juliana, que gerou grande comoção. Além disso, uma outra crise na imagem do turismo do país se instalou logo em seguida, após pelo menos quatro pessoas morrerem e 40 ficarem desaparecidas em um naufrágio de balsa em Bali.
Juliana será velada nesta sexta, 4
O corpo de Juliana Marins já chegou ao Brasil e foi novamente autopsiado - a família desconfia dos exames feitos na Indonésia, afirma que ainda restaram dúvidas sobre as condições da morte da publicitária, e por isso pediu ao governo brasileiro um novo exame.
A princípio, segundo o relatório indonésio, a causa da morte seria hemorragia interna provocada por traumas durante uma das quedas sofridas por ela. O relatório do novo exame, brasileiro, ainda não foi concluído.
O velório, que será aberto ao público, acontece a partir das 10h nesta sexta-feira, 4, em Niterói (RJ), cidade natal da vítima, no cemitério Parque da Colina. A partir das 12h, somente a família e amigos de Juliana poderão permanecer no local. Em seguida, o corpo será cremado, segundo a família.
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