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Brasil

Idosa cadeirante morre ao cair de ônibus em movimento no Rio

Neto da vítima afirma que o cinto de proteção para cadeirantes do ônibus não estava funcionando


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Imagem ilustrativa da imagem Idosa cadeirante morre ao cair de ônibus em movimento no Rio
Parentes das vítimas afirmam que não foram procurados pela Rio Ônibus e que a idosa morreu em decorrência de irregularidades mecânicas no ônibus |  Foto: Reprodução/Canva

Uma idosa de 82 anos morreu depois de cair de um ônibus em movimento, no Rio de Janeiro, neste domingo (14). Bernadete Augusto dos Santos, que era cadeirante, e a filha, Solange Pedro dos Santos, 48, foram lançadas para fora do coletivo após uma das portas se abrir em uma curva na avenida Brasil, no Caju, na região central.

Elas foram socorridas por uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levadas para o hospital Souza Aguiar, também no centro. Bernadete sofreu hemorragia interna e politraumatismo, e não resistiu aos ferimentos. A morte foi confirmada na noite desta segunda-feira (15).

A idosa será enterrada nesta quarta-feira (17) no Cemitério do Caju. Solange teve alta nesta terça (16).

Mãe e filha tinham saído do Centro de Tradições Nordestinas, conhecido como Feira de São Cristóvão, na zona norte do Rio, onde foram comemorar o Dia das Mães. O acidente ocorreu na volta para casa, por volta das 19h, em um ônibus da viação Brasolisboa, da linha 209 (Caju/Candelária).

A Secretaria Municipal de Transportes disse que oficiou o consórcio responsável para que preste esclarecimentos sobre o caso e os procedimentos adotados.

O Rio Ônibus (sindicato das empresas de ônibus do Rio) afirmou que "a empresa lamenta o ocorrido e está em contato com a família. Sobre as causas do acidente, aguarda resultados de perícia técnica".

Parentes das vítimas, no entanto, afirmam que não foram procurados pela companhia e que a idosa morreu em decorrência de irregularidades mecânicas no ônibus.

O caso é investigado pela delegacia de São Cristóvão. Em nota, a Polícia Civil informou que realiza diligências para esclarecer as circunstâncias do acidente.

À reportagem, Altamir Soares Neto, neto de Bernadete e sobrinho de Solange, disse que o cinto de proteção para cadeirantes do ônibus não estava funcionando.

"Minha tia não conseguiu travar o cinto de segurança e seguiu a viagem segurando minha avó. Já a porta estava com defeito ou não estava fechada direito. Só que os ônibus têm o sensor de anjo que impede que as portas fiquem abertas. Ou seja, esse sensor também não estava ativado porque, por mais que elas batessem na porta no momento da queda, ela não deveria abrir", afirmou.

De acordo com o relato, a porta se abriu e as passageiras caíram na pista do canto, sentido zona oeste, próximo ao acesso para a ponte Rio-Niterói -um dos trechos mais movimentados da via. O neto de Bernadete disse que a queda ocorreu a 500 metros da entrada da comunidade onde moram, no Caju.

"Essa curva não é muito fechada, então, é comum que passem numa velocidade de 60 a 70 km/h ali. Você imagina uma senhora idosa, na cadeira de rodas, caindo de uma altura considerável, porque a porta de acesso para o cadeirante é alta", disse Altamir.

De acordo com a secretaria de transportes, no último ano, foram aplicadas aos consórcios cerca de 700 multas por má conservação e problemas nos equipamentos de acessibilidade. Ainda segundo a pasta, os veículos que apresentaram irregularidades foram lacrados.

OUTRO CASO 

Outro acidente no final de fevereiro também terminou com a morte de uma mulher de 31 anos na capital fluminense. Juliane Campelo da Silva Layana caiu de um ônibus após uma porta lateral se abrir durante uma curva numa rua da Gávea, na zona sul da cidade. O caso ocorreu no dia 28 daquele mês no chamado Metrô na Superfície.

Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento da queda. O movimento teria feito com que outros passageiros caíssem sobre Juliane, que ficou pressionada contra a porta de acesso para pessoas com deficiência. A porta abriu e a passageira foi lançada para fora do veículo.

A morte foi confirmada no hospital, um dia depois. O acidente foi registrado pela polícia como lesão corporal culposa no trânsito e transformado em homicídio culposo no trânsito, após a confirmação da morte.

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