Homem preso por fazer ameaças a Felca é investigado por outros crimes; veja quais
Em postagem nas redes sociais, o secretário da Segurança Pública de São Paulo disse que o suspeito vendia pornografia infantil.
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Cayo Lucas Rodrigues, de 21 anos, preso na segunda-feira, 25, por ameaçar de morte o youtuber Felca, é investigado por uma série de outros crimes, segundo as polícias civis de São Paulo e Pernambuco.
Além de fazer ameaças, há indícios de que o suspeito tenha praticado venda de pornografia, invasão de dados, estupro virtual, extorsão e também se envolvido com organização criminosa.
Rodrigues foi preso em Olinda, Pernambuco, em uma operação conjunta das polícias dos Estados de Pernambuco e São Paulo. O suspeito estava em uma casa junto de outro indivíduo, identificado como Paulo Vinícius, que também foi preso. A reportagem busca a defesa de ambos.
Crimes pelo quais Cayo Lucas Rodrigues é investigado:
- Ameaças
- Invasão de dados
- Estupro virtual
- Extorsão
- Organização criminosa
Ameaças
No início do mês, Felca publicou um vídeo, chamado Adultização, para denunciar casos de adultos e influenciadores digitais que monetizam a partir da criação de conteúdos em que crianças e adolescentes são sexualizados.
O influencer Hytalo Santos, preso em São Paulo no dia 15 suspeito de exploração sexual infantil, foi um dos citados no vídeo do youtuber, que já acumula mais de 48 milhões de visualizações.
Após as denúncias, Felca passou a ser perseguido nas redes sociais. Ao sentir-se ameaçado pelo conteúdo do vídeo, Rodrigues passou a coagir o youtuber.
Por e-mail, ele escreveu: “E ae babaca vc acha que vai fica vc impune por denunciar o hytalo santos vc ta enganado vc vai se ferrar muito sua vida após a denunciando ele prepara pra morrer vc vai pagar com a sua vida (sic)”.
E também enviou a seguinte mensagem: “Ae macaco branco vc vai morrer se prepara por sua vida vc corre risco e vc vai pagar com a vida vc e um otário pedófilo (sic)”.
Felca entrou com uma ação na Justiça de São Paulo e o Judiciário determinou a quebra de sigilo e bloqueio de mais de 200 perfis que o chamaram de pedófilo.
Invasão de dados
No momento da prisão, o computador de Rodrigues e Vinícius estava aberto na tela de acesso à plataforma da Secretaria da Segurança Pública do Estado de Pernambuco. A suspeita é de que Cayo estava entrando no sistema de diferentes polícias do Brasil para “inserir dados, vendendo mandados de busca e prisão falsos”, disse o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian.
Conforme o delegado Eronides Meneses, da Delegacia de Crimes Cibernéticos de Pernambuco, eles invadiram o Sistema Judiciário com o objetivo de “inserir informações de mandado de prisão de qualquer indivíduo”. “Essas informações também eram usadas para abertura de contas para lavagem de dinheiro e recebimento de pagamentos”, acrescentou o Meneses.
Ainda de acordo com o delegado de Pernambuco, Cayo Lucas Rodrigues teria confessado que comprava senhas de acesso a sistemas sigilosos no Telegram, serviço de mensagens instantâneas. “Ele estava com acesso, com a senha e outras credenciais anotadas, inclusive estavam funcionando perfeitamente”, disse Meneses.
O Telegram foi procurado pela reportagem, que aguarda retorno.
Organização criminosa, extorsão e estupro virtual
Conforme o delegado Guilherme Caselli, do Departamento de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo, foram apurados indícios de que Cayo faça parte de uma organização que explora crianças e adolescentes através de desafios na internet.
O grupo simulava interesse em namoro e aliciava as vítimas para participar de desafios que incluíam o compartilhamento de nudes.
Em seguida, os suspeitos conseguiam o contato dos pais e obrigavam as vítimas a praticar atos de cunho sexual, ameaçando enviar imagens para os pais ou responsáveis. A prática é tipificada como estupro virtual.
Venda de material infantil
Em postagem nas redes sociais, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que rapaz vendia pornografia infantil.
“A Polícia Civil de São Paulo acaba de prender em Pernambuco um indivíduo que ameaçou o youtuber Felca após as suas denúncias. Um belo trabalho de investigação que levou até a esse criminoso que, além das ameaças, vendia material infantil nas redes”, afirmou Derrite.
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