Funcionário diz que padaria de torta supostamente envenenada tem má higiene
Três pessoas foram internadas em estado grave após ingerir o alimento
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Após três pessoas serem internadas em estado grave por comerem uma torta de frango supostamente envenenada em Belo Horizonte, o padeiro responsável pela receita do salgado se defendeu e denunciou má higiene da padaria onde trabalhava.
Padeiro afirmou que está com "a consciência limpa". "Eu te garanto que no frango e no recheio não tem nada, se tiver alguma coisa vai ser a própria contaminação do alimento com outros alimentos, [devido ao] mau condicionamento", declarou, em entrevista à TV Band Minas. Por isso, ele suspeita que clientes não tenham sido envenenados, mas passaram por uma intoxicação alimentar.
Ele disse que, na padaria, salgados, frango cru e sobras de comidas são armazenadas no mesmo freezer. Funcionário também afirmou que o freezer geralmente não passa por limpeza, e que estava incrustado com gelo.
Suspeita de botulismo. Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais afirma que há suspeita de intoxicação por Clostridium botulinum, bactéria que causa o botulismo. A Polícia Civil e a Visa (Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária) de Belo Horizonte e Sete Lagoas (MG) ainda investigam o caso.
Proprietário da padaria acusou o padeiro de ter envenenado o salgado. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Fábio Silva afirmou que o funcionário estava com problemas familiares e desconfia que ele tentou envenenar a esposa, mas confundiu as tortas na hora de levar para casa.
O padeiro negou as acusações e pediu para que o patrão apresentasse provas. Ele confirmou que levou uma das tortas para a família comer no próprio sábado, quando os alimentos foram preparados.
Na manhã desta quarta-feira (23), a Vigilância Sanitária de Belo Horizonte interditou a padaria por irregularidades em questões de higiene e estrutura sanitária. Segundo a prefeitura, o estabelecimento não possui Alvará Sanitário e nenhum cadastro no serviço para iniciar o processo para liberação do documento. À Folha, o empresário disse que a loja tem alvará sanitário, mas não possui certificação dos bombeiros.
O dono da padaria e o padeiro prestaram esclarecimentos à Polícia Civil nesta quarta-feira e liberados. A esposa do padeiro também prestou depoimento. Em nota divulgada nesta quinta (24), a polícia afirma que o inquérito ainda está em andamento e a instituição aguarda a finalização dos laudos periciais.
Vítimas são uma idosa de 75 anos e um casal, uma mulher de 23 e um homem de 24 anos. Os dois, que moram em Sete Lagoas (MG), visitavam a idosa em Belo Horizonte e compraram uma torta de frango e uma empada em uma padaria no bairro Serrano, região da Pampulha.
Alimento foi levado para casa, mas após sentirem um gosto azedo, casal voltou ao estabelecimento para relatar o ocorrido. Os funcionários constataram que o alimento não estava em condições de consumo devido ao cheiro e aspecto, e devolveram o dinheiro aos clientes, segundo o boletim de ocorrência.
Durante a madrugada, o casal começou a passar mal e buscou atendimento médico na manhã desta terça (22). Ao chegarem no hospital Municipal Monsenhor Flávio D'Amato, em Sete Lagoas, eles foram encaminhados para a UTI em estado grave, onde foram entubados, segundo a PM.
A idosa também teve um mal-estar, e desmaiou. Ela precisou ser reanimada pelo filho por aproximadamente trinta minutos, até a chegada do SAMU. A mulher de 75 anos foi encaminhada em estado grave à UTI do Hospital Medsênior, em BH, onde foi entubada. Não há informações atualizadas sobre o estado de saúde das vítimas.
Exames ainda irão determinar o que causou as internações. A perícia da Polícia Civil também recolheu amostras de produtos no estabelecimento e aguarda a conclusão dos laudos.
O UOL tenta contato com as unidades de saúde para atualizar o estado de saúde das vítimas.
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