Fisioterapeuta acusado de estupro em UTI é preso em MG
Ele teve a prisão preventiva decretada em março deste ano e, desde então, era considerado foragido
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Um fisioterapeuta acusado de estuprar uma publicitária de 29 anos dentro da UTI do Hospital São Luiz, na zona sul de São Paulo, foi preso neste sábado (20) em Minas Gerais.
Ele foi detido durante uma fiscalização de rotina da Polícia Rodoviária Federal na BR-354, enquanto trafegava em um veículo com placa de Camaçari (BA) na altura do município de João Monlevade (a 116 km de Belo Horizonte), e encaminhado para a delegacia.
Ele teve a prisão preventiva decretada em março deste ano e, desde então era considerado foragido. A Justiça aceitou denúncia contra ele por estupro de vulnerável, cuja prisão prevista varia entre 8 a 15 anos em regime fechado.
A Folha entrou em contato com o advogado dele neste domingo (21), mas não recebeu resposta. Em entrevista concedida a uma TV em janeiro, o fisioterapeuta negou as acusações e disse que não estava no hospital no dia relatado pela paciente.
O fisioterapeuta é acusado de agressão sexual por ao menos duas pacientes em diferentes hospitais de São Paulo.
O episódio mais recente foi registrado na unidade Jabaquara do Hospital São Luiz. A mulher, que pediu para não ter seu nome divulgado, relatou o abuso nas redes sociais.
Ela passou por uma cirurgia para uma hérnia de disco e, no pós-operatório, passou a receber tratamento com um fisioterapeuta no hospital.
Quando o acusado começou a atendê-la, ela disse ter notado situações estranhas: ele não tolerava a presença de outros enfermeiros, tentava afastar sua mãe do quarto e entrava nos horários de banho.
Em 23 de janeiro, segundo a jovem, o homem entrou no quarto quando ela estava sozinha e disse que fora informado de fortes câimbras que a jovem havia sentido em sessão com outro fisioterapeuta.
A mulher disse que ele começou a massagear sua panturrilha e, em seguida, introduziu os dedos em sua vagina. No boletim de ocorrência a que Folha teve acesso, a paciente afirmou à polícia que o fisioterapeuta agiu com violência e que seguiu com o movimento mesmo quando ela disse que aquilo a machucava.
No mesmo dia, ainda de acordo com a jovem, ele retornou e novamente a violentou. Na manhã seguinte, ela perguntou a outra fisioterapeuta sobre os procedimentos e concluiu que tinha sido estuprada.
O São Luiz disse que o fisioterapeuta foi afastado em 23 de janeiro, assim que a denúncia foi recebida.
"Ele era funcionário de uma empresa de fisioterapia terceirizada e prestava serviços na unidade há cerca de um mês. A sindicância interna continua em andamento e a cooperação com as autoridades é total. O hospital repudia qualquer violência sexual", declarou o hospital, em nota.
O fisioterapeuta também é investigado por um outro caso, de 2021, no Hospital Maternidade Jesus, José e Maria, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
O processo tramita em segredo de Justiça. A Defensoria Pública, que representa o suspeito nesse caso, afirmou que, devido ao sigilo, não poderia fornecer mais informações.
O hospital disse que dispensou o profissional e acionou a polícia logo que soube da suposta agressão. A unidade acrescentou que tomou todas as medidas preventivas para evitar fatos dessa natureza.
Além dos casos investigados no Brasil, o fisioterapeuta foi condenado na Argentina a sete anos de prisão após tentativa de assassinar sua esposa com pancadas, arma de choque e spray de pimenta, segundo uma reportagem do jornal La Nación de 2015. Ele teria admitido o ataque.
De acordo com o jornal, as agressões teriam ocorrido após a mulher tê-lo denunciado por supostamente abusar sexualmente de sua filha de dez anos.
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