X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Brasil

Fazenda onde vítimas da febre maculosa participaram de evento é fechada

Transmitida pelo carrapato-estrela, a febre maculosa tem alto índice de letalidade


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Fazenda onde vítimas da febre maculosa participaram de evento é fechada
Carrapato-estrela é o transmissor da febre maculosa |  Foto: Reprodução/Canva

A prefeitura de Campinas anunciou nesta terça-feira (13), que uma fazenda da cidade só poderá fazer novos eventos quando apresentar um plano de contingência ambiental e de comunicação. No local estiveram quatro pessoas que morreram vítimas de febre maculosa. Ainda de acordo com a prefeitura de Campinas, os responsáveis pela fazenda foram notificados sobre a importância da sinalização quanto ao risco da febre maculosa.

Transmitida pelo carrapato-estrela, a febre maculosa tem alto índice de letalidade. Nesta terça-feira, a Secretaria de Saúde de Campinas confirmou que as mortes do piloto Douglas Costa, de 42 anos, e de uma moradora de Hortolândia, de 28 anos, foram decorrentes da febre maculosa, segundo análises do Instituto Adolfo Lutz. Na segunda-feira (12), o resultado já havia sido positivo para as amostras de outra vítima, a dentista Mariana Giordano, de 36 anos.

Leia mais notícias Nacionais aqui

Com os casos positivos, configura-se um surto de febre maculosa no distrito de Joaquim Egídio, que é mapeado como área de risco para a doença. O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas vai fazer uma pesquisa para verificar como está a infestação de carrapatos no local provável de infecção.

A Secretaria da Saúde do Estado informou que vai apoiar ações das prefeituras de prevenção à doença. Os casos estão concentrados na região de Campinas. De acordo com a pasta, o trabalho de campo para controle da doença compete aos municípios, mas a secretaria apoiará na prevenção com medidas educativas, como a distribuição de folders e cartazes na região

Em Campinas, a prefeitura iniciou uma campanha educativa no entorno da fazenda, um centro de shows e eventos, no distrito de Joaquim Egídio, onde as três possíveis vítimas da febre maculosa estiveram em uma festa no final de maio. Estão sendo distribuídos folders e folhetos explicativos sobre a doença. Uma pesquisa sobre a infestação de carrapatos deve ser iniciada nos próximos dias. Também será feita uma mobilização social envolvendo a população do distrito e trabalhadores da fazenda.

O empresário e piloto Douglas Costa, de 42 anos, sua namorada, a dentista Mariana Giordano, de 36, e uma moradora de Hortolândia morreram no mesmo dia, em 8 de junho.

A dentista, que morreu subitamente em São Paulo, após ser internada no dia 6 de junho, apresentando febre e dores de cabeça, relatou marcas de picada de inseto em seu corpo, após a viagem a Campinas com o namorado. Ele apresentou sintomas parecidos e foi internado em Jundiaí. Os dois estiveram também em Monte Verde (MG) na semana seguinte à ida para Campinas, provável local da infecção.

Também na tarde desta terça-feira, a Secretaria de Saúde identificou mais um caso suspeito de febre maculosa relacionado ao evento de 27 de maio na fazenda. É o quarto caso relacionado ao surto. Trata-se de uma adolescente de 16 anos, moradora de Campinas, que foi hospitalizada no dia 9 de junho em um serviço de saúde privado do município. A morte dela foi confirmada na noite de terça.

Conforme a pasta, a febre maculosa é transmitida pela picada do carrapato-estrela contaminado por bactérias do gênero Rickettsia Na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), os registros são raros dada a urbanização da área. No interior, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis e em regiões periféricas da RMSP. Os municípios de Campinas e Piracicaba são atualmente os dois que apresentam o maior número de casos da doença.

Provável surto

De acordo com o infectologista Rodrigo Angerami, confirmado os casos de infecção no mesmo local, já se considera que Campinas vive um surto de febre maculosa. Considerando o tipo de vetor e o fato de não haver transmissão de pessoa para pessoa, ele não vê risco de disseminação em caráter epidêmico. "Novas áreas de transmissão bem geral surgem a partir de fatores que envolvem o deslocamento de hospedeiros com carrapatos infectados para essas áreas", disse. Além das capivaras, os carrapatos podem "viajar" em bois, cavalos e outros animais domésticos, como cães e gatos

Conforme a Secretaria estadual, as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão precisam estar atentas ao menor sinal de febre e procurar um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença. As áreas onde sabidamente existem carrapatos devem ser evitadas. A maior ocorrência de casos de febre maculosa se dá entre os meses de junho e setembro

Distrito de Campinas é disputado por turistas

O distrito de Joaquim Egídio, mapeado como área de risco para a febre maculosa, fica a 15 km do centro de Campinas e se tornou ponto disputado pelos turistas devido às belezas naturais e à gastronomia. Em fins de semana, visitantes da capital, de outras cidades do interior e do próprio município fazem fila em bares e restaurantes locais. O Festival Gastronômico da Primavera chega a congestionar as ruas do lugar, que tem cerca de 2,5 mil moradores.

Margeado por antigas fazendas de café e áreas de mata, o distrito possui belezas naturais e atrativos turísticos, como o Observatório Municipal de Campinas, na Serra das Cabras. Nos últimos anos, houve investimento no ecoturismo, com a abertura de trilhas e pistas para bike, motos e jipes, tornando o local muito frequentado nos fins de semana.

Os turistas são atraídos também pelo roteiro gastronômico, que inclui bares e restaurantes de renome, e pelos centros de eventos, como a fazenda onde o evento aconteceu.

Sobre os casos de febre maculosa com possível infecção no local, a gestão da fazenda divulgou nota nesta terça-feira (13), lamentando o ocorrido. "Cabe ressaltar que a responsabilidade pelo controle e prevenção da febre maculosa é atribuída ao município, conforme estabelecido pela legislação pertinente", disse. Ainda segundo a empresa, a cidade está em área endêmica para febre maculosa e nos locais onde comprovadamente ocorreu transmissão, o município instala placas de alerta.

Segundo a nota, na segunda-feira (12) o Departamento em Vigilância em Saúde da prefeitura esteve nas dependências do centro de eventos para realizar a validação das medidas adotadas e para análise do local. "Ressaltamos que toda a documentação da Fazenda está em conformidade e regularidade com os órgãos competentes e as exigências legais, incluindo a prefeitura de Campinas. É importante destacar que, nos últimos anos, nunca houve qualquer caso semelhante a este."

Leia mais

Saiba o que é febre maculosa, doença que matou dentista em SP

SP tem 4ª suspeita de febre maculosa e trata casos como surto

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: