Desvendado o mistério: laudo aponta causa da morte de dentista de SP
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o material coletado do piloto ainda está em análise
Escute essa reportagem
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou na noite desta segunda-feira (12) que a dentista Mariana Giordano, 36, morreu após contrair febre maculosa. Ela e o namorado, o piloto de corridas de carros e empresário Douglas Pereira Costa, 42, morreram na última quinta-feira (8).
LEIA TAMBÉM
Piloto e namorada morrem após terem febre, dor e manchas vermelhas no corpo
O que se sabe sobre morte do piloto e da namorada no interior de SP
75% dos pacientes com febre maculosa não sobrevivem em SP
Havia a suspeita de febre maculosa, dengue ou leptospirose. As três doenças são de notificação compulsória. As amostras biológicas foram analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
Segundo a pasta estadual da Saúde, o material coletado do piloto ainda está em análise, por isso a causa da morte não foi confirmada.
No dia 27 de maio, o casal esteve na Feijoada do Rosa, em Campinas (a 93 km de São Paulo). Na semana seguinte, viajou à Monte Verde.
Os sintomas começaram no dia 3 deste mês, um sábado. No domingo, quando retornaram, Mariana foi para o Hospital Vitória, na cidade de São Paulo, onde morava. Douglas residia em Jundiaí (a 58 km de São Paulo).
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria do gênero Rickettsia transmitida por meio da picada de uma das espécies de carrapato, ou seja, ela não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta, diz a secretaria na nota.
A doença tem como principais sintomas febre, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, diarreia, dor abdominal e muscular, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas e paralisia dos membros. Pode ser leve e grave, com alta taxa de letalidade.
No Brasil, o principal vetor é o carrapato estrela, mas qualquer espécie pode abrigar a bactéria causadora da febre maculosa, como o carrapato do cachorro, segundo o Ministério da Saúde.
Além de febre, o casal teve dor e manchas pelo corpo. O empresário Marcelo Giordano, irmão da dentista, disse que ela também se queixou de cansaço.
"No domingo, ela tomou uma carga de adrenalina e voltou bem. Na segunda, ela foi à faculdade apresentar um TCC de um curso que estava finalizando. À noite, começou a passar muito mal. Voltou ao hospital, fez uma bateria de exames e foi internada. Na terça, a transferiram para a UTI. Ela morreu na quinta-feira. O Douglas morreu ao meio-dia e ela às 4 horas da tarde", relata o empresário.
"O Douglas ficou em casa nesse período [em Jundiaí]. Só foi para o hospital na quarta. Deu entrada, já o levaram para a UTI, à noite o intubaram e na quinta ele faleceu", conta Giordano.
De acordo com a secretaria estadual, na região metropolitana de São Paulo, há pouquíssimos registros dada a urbanização da área.
Os municípios de Campinas e Piracicaba são, hoje, os dois que apresentam o maior número de casos registrados da doença. Em 2023, foram registrados 9 casos de febre maculosa e três mortes -o caso da dentista ainda não foi computado oficialmente.
Comentários