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Brasil

Estudante de 17 anos é morta por tiro de Guarda Civil em SP

Em depoimento, Marcelo Teles dos Santos disse ter atirado após se assustar com o barulho de motos que pensou se tratar de disparos de arma de fogo


Imagem ilustrativa da imagem Estudante de 17 anos é morta por tiro de Guarda Civil em SP
Camilly cursava o último ano do ensino médio e sonhava em ser advogada |  Foto: Reprodução/Facebook

A Polícia Civil investiga a morte da estudante Camilly Pereira de Lima, 17, que foi baleada pelas costas por um agente da GCM (Guarda Civil Metropolitana) na madrugada da última sexta (23) no Capão Redondo, zona sul de São Paulo.

Camilly estava como passageira da motocicleta conduzida pelo namorado, um jovem de 20 anos, quando foi atingida. Ela cursava o último ano do ensino médio e sonhava em ser advogada, conta seu pai, Sidney dos Santos, 44. A adolescente, que morava com a avó, gostava de mostrar em fotos sua paixão pelo Palmeiras.

Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana da Prefeitura de São Paulo disse lamentar a morte da jovem e que solicitou o afastamento do agente (leia mais ao fim do texto).

Em depoimento, o GCM Marcelo Teles dos Santos, 35, disse ter atirado após se assustar com o barulho de motos que pensou se tratar de disparos de arma de fogo. Santos, que era o motorista da viatura em que estavam outros três GCMs, foi o único a atirar na ação.

Segundo ele, ao acessar uma rua, passou por alguns motoqueiros e "ouviu barulhos e um clarão que pareciam ser disparos de arma de fogo", e que se abaixou para se proteger após atirar. Acrescentou que a ação foi rápida e que o local estava escuro, "motivo pelo qual não conseguiu ver as características dos indivíduos e das motocicletas que vieram na sua direção". Também disse não ter percebido que havia atingido uma pessoa.

O namorado de Camilly, por sua vez, afirmou em depoimento que seguia pelo bairro pouco depois da meia-noite com sua moto Honda Start, quando acessou uma viela na rua Alberto Paulino e viu uma viatura da GCM do outro lado do córrego que há no local. Na sequência, disse ter ouvido um disparo de arma de fogo.

Ele contou que dirigiu por mais alguns metros até ouvir de Camilly que ela estava ferida. Ele então parou a moto no final da viela e pediu ajuda para um amigo, que a levou até o hospital.

Vídeos de câmeras de segurança obtidos pela família da jovem registraram parte da perseguição da GCM contra uma motocicleta. As cenas contradizem o depoimento dos guardas, uma vez que não há, nas imagens, outros veículos na via além da moto e da viatura da GCM.

Procurado, o advogado Marcos Antonio dos Santos, que defende o GCM Marcelo Teles dos Santos, disse que "os vídeos não mostram nem o disparo, portanto são inconclusivos". Ele diz ainda que outras provas serão apresentadas "em momento oportuno".

"A existência de outras motos na ocorrência é comprovada inclusive por outros meios de prova, que serão depositadas em momento oportuno", afirmou.

Questionado sobre a perseguição da equipe da GCM à moto, o advogado classificou a situação como "um breve acompanhamento, após a viatura da GCM deparar, num primeiro momento, com uma das motos, que fez retorno brusco ao avistar a viatura".

O delegado Leandro Caldeira da Silva, do 47º DP (Capão Redondo), apresentou seu relatório final horas após a morte de Camilly, ainda no dia 23 de agosto. De acordo com o documento, os investigadores não localizaram testemunhas ou câmeras de monitoramento nas residências próximas ao local. A pistola usada pelo GCM foi apreendida e encaminhada para a perícia.

Depois de ouvir as versões, porém, o delegado entendeu que houve responsabilidade de Santos e que o GCM deveria ser indiciado por homicídio culposo --sem intenção de matar. Ele determinou fiança de R$ 1.412, o guarda pagou o valor e foi liberado.

Com a eleição municipal se aproximando e a segurança pública entre os assuntos de maior interesse do eleitorado, as atribuições da GCM e questões como o aumento do efetivo são temas que têm sido abordados pelos candidatos.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana da gestão Ricardo Nunes (MDB) disse que a ocorrência é apurada pela Corregedoria Geral da GCM. Afirmou que a guarda atua de acordo com a lei 13.022/2014, que suas ações são pautadas pelo respeito à dignidade da pessoa humana e que não compactua com quaisquer condutas que violem estes princípios.

Conforme a lei citada pela pasta, a GCM tem como princípios o patrulhamento preventivo e o uso progressivo da força.

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