Com mais de 10 mil casos em 2024, Rio de Janeiro decreta emergência por dengue
Em decreto, a prefeitura determinou a abertura de 10 polos de atendimento para a doença distribuídos por toda cidade
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O Rio de Janeiro decretou nesta segunda-feira (5) estado de emergência de saúde pública em decorrência do aumento dos casos de dengue na capital fluminense. De acordo com a prefeitura, a cidade já registrou mais de 10 mil casos da doença só neste início de ano.
O decreto foi publicado no Diário Oficial do Rio. Ele determina a criação de um centro de operações de emergência para monitorar o avanço da dengue na cidade. Quem ficará à frente desse monitoramento e do plano de contingência é a Secretaria Municipal de Saúde, encabeçada pelo deputado federal Daniel Soranz (PSD-RJ).
Segundo o decreto, serão abertos 10 polos de atendimento para a doença distribuídos por toda cidade. Os três primeiros foram inaugurados nesta segunda em Curicica, Campo Grande e Santa Cruz, bairros da zona oeste do Rio.
A secretaria informou que outros serão abertos gradativamente, conforme o crescimento do número de casos. Eles funcionarão nas dependências de hospitais e unidades de atenção primária e contarão com equipes de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, profissionais responsáveis pelo diagnóstico e assistência dos pacientes com dengue.
Os polos vão funcionar das 7h às 19h, mas durante o Carnaval ficarão abertos ininterruptamente.
O Rio de Janeiro vive uma epidemia de dengue, conforme anunciou o prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD), na última sexta-feira (2). O número de internações por causa da doença chegou a 362 em janeiro. É o maior registro da série histórica iniciada em 1974.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de incidência de dengue é de 160,68 por 100 mil habitantes. O número equivale a quase metade de todos os 22.959 registrados de 2023.
O decreto publicado nesta segunda também prevê a reserva de leitos nos hospitais da rede municipal para pacientes com dengue. Carros fumacê --que lançam inseticida contra o mosquito aedes aegypti, vetor da doença-- vão circular com mais frequência nas áreas com maior incidência da doença. Na sexta-feira (2), a prefeitura anunciou que usará 16 veículos do tipo.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a zona oeste é a região com a maior concentração de casos. Os bairros mais afetados são Campo Grande, Santíssimo, Guaratiba, Santa Cruz, Paciência e Sepetiba.
Para evitar focos do mosquito em imóveis fechados ou abandonados, o decreto de emergência autoriza a entrada compulsória de agentes públicos nestes locais. Moradores podem denunciar possíveis focos através do canal 1746, da prefeitura.
A recomendação da Secretaria Municipal de Saúde é de que a população evite água parada em recipientes como vasos de plantas, pneus velhos, tonéis d'água, piscinas, garrafas, entre outros. A água parada e limpa serve como local para que o mosquito vetor da doença deposite seus ovos.
É também recomendado limpar periodicamente locais como lixeiras, ralos, bebedouros de animais e outros objetos que possam acumular água, além de não despejar lixo em terrenos baldios e outros locais inadequados.
A orientação para quem apresentar os sintomas da doença é procurar atendimento médico. Os sintomas são dor de cabeça, atrás dos olhos, no corpo e nas articulações, além de febre alta, mal-estar e manchas vermelhas pelo corpo.
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