Característica é de execução, diz secretário sobre morte de advogado no RJ
Rodrigo Marinho Crespo estava na calçada quando foi assassinado a tiros

O secretário estadual de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Marcus Amim, afirmou nesta terça-feira (27) que a morte a tiros do advogado Rodrigo Marinho Crespo não está relacionada ao que chamou de "criminalidade comum", como uma tentativa de roubo, que pode ter diferentes alvos.
Conforme Amim, a ação tinha o advogado como vítima pré-definida. O secretário rechaçou a possibilidade de latrocínio (roubo com morte) e disse que a polícia não descarta no momento nenhuma hipótese como eventual motivação para o homicídio.
"A criminalidade existe em toda grande metrópole, e não é diferente no Rio de Janeiro. Mas o crime de ontem não está ligado a esse tipo de criminalidade comum", disse Amim.
"Se tivesse um policial militar aqui na porta ontem, o crime não teria acontecido aqui ontem, mas provavelmente teria acontecido [em outras circunstâncias]. Ele [advogado morto] estava sendo alvo de uma ação criminosa", declarou.
Rodrigo Marinho Crespo foi morto na tarde de segunda-feira (26) na avenida Marechal Câmara, perto da sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), no centro do Rio.
Ele estava na calçada quando foi assassinado a tiros. Em frente ao local também funcionava o escritório do qual a vítima era sócia e, na mesma via, os prédios da Defensoria Pública e do Ministério Público.
Amim participou de uma entrevista coletiva na sede da OAB no Rio nesta terça. Segundo o secretário, as investigações ouviram quatro pessoas, formalmente, até o momento. A polícia não descarta a possibilidade de o crime ter relação com a atividade laboral exercida pelo advogado.
"A gente não descarta nenhuma hipótese neste momento, e não tem nenhuma hipótese que tenha mais força", disse Amim.
"A possibilidade de haver relação com a atividade dele, com o exercício da advocacia, já faz com que a gente tenha atenção ainda mais especial com esse caso", completou.
O secretário afirmou que ainda não teve acesso ao laudo do caso, mas declarou que a vítima foi alvo provavelmente de 12 disparos -dois quando ainda estava de pé e dez quando já estava no chão.
"Isso nos dá característica de execução", disse. "Diferentemente do que as pessoas acham, atirar não é tão simples. O autor já fez e sabia o que estava fazendo", completou.
A OAB pediu uma investigação rápida do caso, a descoberta dos responsáveis e a apuração se a morte teve ou não relação com a atividade profissional do advogado.
"O criminoso desafiou toda a polícia do estado do Rio de Janeiro", afirmou o secretário estadual de Segurança do Rio, Victor Santos, que também participou da coletiva.
"Ele escolheu o momento exato de atacar a vítima, não deu a ela chance de se defender. Foi covarde. A resposta por parte da segurança pública será dada, não tenho dúvida disso", acrescentou.
O advogado Rodrigo Marinho Crespo tinha cerca de 80 processos ativos no Tribunal de Justiça focados em disputas empresariais. Ele era sócio-fundador do escritório Marinho & Lima Advogados. Formou-se em 2005 na PUC-Rio e fez pós-graduação na FGV, concluída em 2008.
No TJ-RJ, há cerca de 80 processos com o nome de Rodrigo.
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