Brasileira acusada de matar cinco filhos é extraditada de Portugal para Minas Gerais
RIO – A mineira Gisele de Oliveira, 40 anos, suspeita de matar seus cinco filhos, além de tentativas de homicídio do primeiro filho e do atual marido, foi extraditada nesta quinta-feira, 23, de Portugal para o Brasil.
Em 2025, ela fugiu para Portugal, onde continuou a intimidar familiares e testemunhas, tentando obstruir as investigações. A Justiça de Timóteo decretou sua prisão preventiva, possibilitando o início de uma articulação internacional para sua captura.
De acordo com a Polícia Civil, os crimes aconteceram na cidade de Timóteo (MG), na região do Vale do Aço. À época, as crianças tinham idades entre 10 meses e 3 anos. A defesa dela não foi localizada.
De acordo com a polícia civil, as investigações se intensificaram em 2023, com a morte da última criança. Em 2010, houve uma investigação por parte da Polícia Civil de Minas Gerais, quando foram apurados os homicídios de duas outras vítimas, mas não conseguiram saber a autoria dos crimes.
Em 2023, com a morte da última criança e comunicação formal à Polícia Civil, a Delegacia de Timóteo, por meio da delegada Valdimara Teixeira de Paula, confirmou a dinâmica dos crimes.
“Como os primeiros crimes ocorreram há muito tempo, foi muito complexo, mas conseguimos comprovar a materialidade de todos os delitos e por isso conseguimos a prisão preventiva dela”, afirmou a delegada Talita Martins Soares à época.
Investigação durou mais de um ano
Segundo delegada Valdimara Teixeira de Paula, a investigada usava sempre o mesmo método para cometer os crimes: ela diminuía a consciência da criança por meio de diferentes medicamentos e depois asfixiava as vítimas.
“A segunda necrópsia do ano de 2012, da criança de 10 meses, aponta positivo para fenobarbital, um medicamento depressor, e a primeira causa morte é asfixia por conteúdo gástrico.”
O trabalho investigativo durou mais de um ano. “As duas primeiras mortes ocorreram em 2010, na primeira investigação houve materialidade delitiva, tínhamos dois homicídios, mas na época não conseguimos definir autoria. Em 2019, a Polícia Civil não teve acesso às mortes, não foi registrado boletim de ocorrência formal, as autoridades policiais não tomaram conhecimento do ocorrido. E em 2023, temos a notícia através da administração do hospital que resulta em toda a investigação e termina com a prisão dela, requerida pela Polícia Civil de Mina Gerais (PCMG), há aproximadamente dois meses atrás”.
Em 2022, o companheiro de Gisele também sofreu uma tentativa de homicídio: segundo a Polícia Civil, ele deu entrada no hospital com sinais de intoxicação e, tendo acesso aos prontuários, a delegada percebeu que era exatamente igual ao caso das crianças.
“Chegava com consciência rebaixada, ficava cerca de 24 horas sonolento, e quando retomava a consciência, continuava confuso, da mesma forma como as crianças”, explicou a delegada.
Ainda segundo a Polícia Civil, as denúncias partiram da tia e não da avó das crianças. A delegada não confirmou se a tia das crianças também é investigada. “Estamos diante de um caso de 15 anos, extremamente complexo, então qualquer nova informação é de extrema ajuda”, salienta a delegada.
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