Apagão no centro de São Paulo afeta de delegacia a clínica médica
Queda de energia paralisou o o trabalho de policiais, de profissionais da área da saúde, do setor hoteleiro e comerciantes
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A queda de energia que atingiu a região central de São Paulo na noite de quinta-feira (21), paralisou o trabalho de policiais, de profissionais da área da saúde, do setor hoteleiro e comerciantes. Mais de 20 horas após o apagão ter início, áreas de bairros como República, Bela Vista e Santa Cecília ainda estavam sem luz.
Segundo a concessionária de energia, a Enel, os problemas começaram por causa de danos em circuitos elétricos subterrâneos "cuja reparação é complexa e demorada". A empresa lamentou os transtornos causados aos moradores e afirmou que "tem empenhado todos os esforços e recursos para restaurar os parâmetros originais" da rede elétrica. Não há previsão de prazo para que isso ocorra.
Em frente à sede do DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania), na avenida São João, policiais e funcionários estavam parados à espera do retorno da energia. A reportagem foi informada no local que todas as ocorrências seriam encaminhadas ao 4º Distrito Policial, na Consolação, até que o fornecimento seja restabelecido.
A dois quarteirões de distância, na avenida Vieira de Carvalho, mais de dez funcionários de uma clínica de assistência médica particular estavam na calçada por volta das 11h aguardando orientações dos patrões. O prédio estava com os corredores escuros e os elevadores paralisados pela falta de energia.
Segundo os funcionários, dezenas de consultas e exames tiveram de ser cancelados. "Hoje é um dia perdido. Não sei nem calcular quantos atendimentos tiveram de ser desmarcados", disse a administradora Cintia Oliveira, 36. Outra clínica na quadra ao lado, esta especializada em atendimento oncológico, só funcionava porque o proprietário alugou um gerador de energia.
Hóspedes dos hotéis San Michel e San Raphael, no largo do Arouche, passaram a noite sem sem banho quente, sem elevadores e sem refrigeração para alimentos e bebidas. No balcão do San Michel, o atendente fazia o controle de entrada e saída dos clientes com papel e caneta. Ao menos um hóspede resolveu buscar abrigo da casa de um amigo na cidade para escapar da escuridão.
No tradicional San Raphael, que pertence aos mesmos donos, a luz só foi restabelecida na manhã de sexta por causa de geradores. Os funcionários precisavam atravessar a rua para recarregar as baterias das maquininhas de cartão.
Após ficarem horas fechados, os poucos estabelecimentos comerciais que puderam pagar pelos geradores e reabrir ainda contabilizavam os prejuízos. No icônico edifício Copan, funcionários do restaurante Varanda estimavam em cerca de R$ 2.800 a perda financeira na noite de quinta. O almoço era servido à luz de velas.
REGIÃO TEM PROBLEMAS DE FORNECIMENTO DESDE SEGUNDA (18)
Muitos imóveis que enfrentam falta de energia e instabilidade no fornecimento desde segunda-feira (18), voltaram a ficar sem luz. Nesta quinta, diversos eventos foram cancelados e restaurantes deixaram de atender os clientes no jantar.
A Enel afirmou que as redes impactadas pelos problemas estão nas regiões de Higienópolis, Santa Cecília e 25 de Março. Na noite desta quinta, segundo a concessionária, a situação "foi agravada pelo excessivo consumo de energia associado às elevadas temperaturas, o que dificultou a recomposição das redes subterrâneas nessas regiões, deixando alguns grupos de clientes sem fornecimento".
A companhia informou que apenas 40% dos clientes da região da Santa Cecília tiveram o serviço normalizado na noite de quinta-feira. Já os moradores da Vila Paim, na Bela Vista, voltaram a ter o suprimento de energia, conectados na rede ou por meio de geradores.
Em Higienópolis, segundo a Enel, o fornecimento já havia sido normalizado. A companhia tem usado geradores a diesel próprios para religar alguns pontos que sofreram apagão.
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