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Polícia

Bandidos jogam óleo na pista para derrubar e assaltar motociclistas


Imagem ilustrativa da imagem Bandidos jogam óleo na pista para derrubar e assaltar motociclistas
Segunda Ponte, onde policial caiu com moto |  Foto: Beto Morais/AT

Usando de artimanhas e técnicas cada vez mais inusitadas, criminosos estão jogando óleo em pistas para derrubar motociclistas e cometerem assaltos. Há relatos de que essa prática vem ocorrendo em locais como BR-262, embaixo da Segunda Ponte e Rodovia do Contorno.

Uma das vítimas é um policial militar, de 45 anos, que pediu para não ser identificado. Ele afirmou que já tinha conhecimento da tática dos criminosos, mas que não imaginava que seria uma vítima.
Entre os bandidos que praticam os crimes estão moradores de rua e usuários de drogas que ficam nas regiões citadas. O policial, que recentemente foi vítima, seguia para o trabalho quando caiu. Outros cinco motociclistas tinham sido alvos horas antes.

O militar pilotava sua Yamaha 250 vermelha. “Por volta de 6 horas, parei em frente ao Terminal de São Torquato, em sentido à BR-262. Quando passava embaixo da Segunda Ponte, virei com a moto e derrapei por uns 10 metros”, contou.

Ele se levantou rápido e notou que sua farda estava suja de óleo. “Percebi que tinham jogado óleo de propósito porque não era um rastro, e sim, uma poça. Olhei embaixo da ponte e vi três noias (usuários de crack) me encarando”.

Ainda de acordo com o PM, a intenção dos criminosos era de assaltá-lo. “Jogam óleo para que o motociclista caia e eles possam assaltar. Mas peguei minha moto e saí do local”, revelou o policial.

Ele foi até o Pronto Atendimento (PA) de Alto Laje, em Cariacica, para ser medicado. “O segurança do posto me disse que naquela mesma madrugada, outras cinco pessoas caíram na mesma região que eu, e deram entrada para atendimento”.

O militar teve de ser afastado do trabalho por conta de dores no ombro esquerdo. Já um sargento que atua na região, que também falou sob condição de anonimato, confirmou que a prática está acontecendo, assim como algumas pessoas que trabalham nesses locais.

“Eles fazem isso para roubar celulares, dinheiro e outros pertences. Depois correm para as bocas de fumo de Cobi de Baixo, Cobi de Cima e São Torquato para venderem os produtos roubados ou trocarem por drogas”, explicou o sargento.


Afastado do trabalho após derrapar em uma poça de óleo embaixo da Segunda Ponte, entre Vila Velha e Cariacica, um policial militar, de 45 anos, conversou com a reportagem. Ele destacou que só não foi assaltado porque estava fardado e armado no momento da ação.

A Tribuna – O que percebeu assim que caiu?
Policial militar – Eu não estava em alta velocidade, até mesmo porque, é uma curva. Assim que levantei, vi uns três noias embaixo da ponte. Eles ficam lá para usarem drogas e cometerem assaltos. Quando eu olhei, eles abaixaram a cabeça e se afastaram.
Só escapei porque estava fardado. Se eu não fosse um policial, eles iam se aproximar para oferecer ajuda e assaltar. Essa é a tática deles.

Chegou a sacar a arma?
Coloquei a mão na arma. Mas se eles tivessem chegado perto, eu teria sacado a arma. Iria defender a minha vida. Mas eu levantei e fui de moto ao posto de saúde. Lá, o segurança alertou que outros cinco motociclistas caíram no mesmo local, durante a madrugada, e se machucaram.

O que o senhor sentiu quando caiu no asfalto?
Senti que eles fizeram aquilo para me assaltar. Os noias ficaram a cerca de 20 metros de mim. Fiquei com medo de um carro me atropelar, porque eu rolei no asfalto.

Como está a saúde do senhor no momento?
Estou afastado do trabalho, sentindo muitas dores. Um especialista falou que, provavelmente, rompi um ligamento e devo ter que operar. Vou perder escala extra e, se eu precisar de cirurgia, mais uns três meses para me recuperar.

O senhor vai continuar andando de moto?
Não. Eu fiquei com trauma, estou com medo de andar de moto, sem confiança nenhuma. Já passei a moto para frente. Agora é lutar para reconstruir a minha vida. Vou ter de mudar a minha rotina.

O que o senhor espera que aconteça?
Precisa ter uma fiscalização no local em relação aos noias que ficam embaixo da ponte. Mas isso precisa partir da prefeitura.

O que fica na sua memória depois de tudo o que passou?
Me senti sozinho. Não desfazendo da proteção de Deus, porque Deus guarda a gente. Mas, na hora do acidente, olhei para os lados e só vi os noias. Passaram pessoas de carro e ninguém parou para me ajudar – e olha que estava fardado. Me senti desprezado. Estava num campo de batalha sozinho.

Já ouviu outros casos como esse antes do seu?
Sim. O cara, quando está fissurado na droga, faz qualquer coisa para conseguir comprar.

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