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Estudantes capixabas na elite da matemática

Diversos adolescentes costumam participar de olimpíadas estudantis e já acumulam medalhas de ouro e prata desde o ensino fundamental


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Números, tabelas, gráficos, equações, regras simples e complexas. Se, para alguns estudantes, a Matemática é temida, para feras das escolas, o estudo da disciplina é prazeroso. 

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Os irmãos gêmeos Isadora e Arthur Freire Camargo |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Muitos até  já têm como resultados não só as notas boas nas escolas, mas  medalhas em Olimpíadas e competições  na área.

Os irmãos gêmeos Isadora e Artur Freire Camargo, de 17 anos,  são bons alunos de uma forma geral, mas é com os números que eles têm maior facilidade. 

Cursando o 3º ano do ensino médio da Escola Crescer PHD, eles revelam uma rotina de estudos ao longo dos anos.

Isadora contou que já participou, desde o ensino fundamental, de várias competições  como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas  (Obmep), o  concurso Canguru de Matemática e a  Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).

Entre as medalhas, hoje ela tem  de ouro e prata. “Este ano, estamos focados na prova do Enem, mas sempre tivemos uma rotina de, à tarde,   revisar conteúdos e  resolver exercícios”.

Artur também tem participações pelas olimpíadas, com medalhas. Mas, mesmo com os resultados, ele afirma que a experiência  das provas é o que mais soma. 

“Elas ajudam na capacidade de interpretação rápida das questões, na administração do tempo. Isso tem sido importante para as provas em geral e até mesmo para o Enem”.

Destaques também com os números são os estudantes da Escola São Domingos Heitor Januário Nogueira, 15,  e Lucas Lima Dallapiculla, 15 anos. No primeiro ano do ensino médio, eles também já receberam medalhas em olimpíadas, como a Obmep,  Canguru, entre outras.

Segundo Lucas, o interesse maior pela Matemática já foi percebido desde o 2º ano do ensino fundamental, quando já demonstrava em sala a facilidade maior que os colegas. “As olimpíadas estão ligadas ao  esforço, sucesso e superação, por isso elas nos ajudam nesse processo”.

Heitor também já participa de olimpíadas desde o 4º ano do ensino fundamental. Na conta, ele já acumula  experiência em diversas provas, entre as quais nas Olimpíadas de Eficiência Energética (ONEE), de Astronomia (OBA), entre outras.   

Já a estudante Fernanda Aguirre Zamorano, de 12 anos, do 7º ano, foi medalhista nos dois últimos anos da Canguru. 

“Tenho facilidade no ensino da Matemática, mas tive muito apoio dos meus professores, meus pais e da minha avó, que é professora de Matemática”.

Medalhistas

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TRIBUNA NAS ESCOLAS Feras da matemática Os alunos do 5º ano do Centro Educacional Praia da Costa (CEPC) Tiago Nunes Leão (menor) e Vicente MAchado Pessotti medalha de ouro na canguru matemática |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

O bom desempenho em sala de aula rendeu ótimo resultado para os estudantes do  5º ano do Centro Educacional Praia da Costa (CEPC) Vicente Machado Pessotti, 9,  e Tiago Nunes Leão, 10. Eles  foram medalha de ouro na Canguru de Matemática no ano passado.

Os pais de Tiago, a psicóloga Viviane Leão, 42, e o técnico em operação Eduardo da Costa, 43,  procuram sempre estudar  com os filhos.

Já Vicente contou que gosta muito de Matemática e, apesar de ser bom aluno, se surpreendeu com o resultado da sua 1ª Olimpíada.

Inscrições

Tanto a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), que está em sua 18ª edição, quanto o  Concurso Canguru de Matemática são voltados para alunos de escolas públicas e particulares de todo o País. 

As duas competições da área   estão com inscrições abertas no momento. Elas são feitas exclusivamente por meio das escolas participantes.


o que a educação fez por mim

Apoio do  pai e vontade de fazer justiça

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Juíza Hermínia Azoury |  Foto: Acervo Pessoal

“Nasci no interior da Bahia. Meu pai foi padre, mas renunciou  após  se apaixonar pela minha mãe. Eles tiveram sete filhos. Meu pai   sabia a importância da educação. Sempre priorizou nossos estudos. Dizia que nós, mulheres, tínhamos de estudar para não depender de ninguém.

Como ele tinha uma fazenda no Sul da Bahia, ficamos lá até a adolescência, mas ele sabia que não poderia nos dar a melhor educação  lá. Ele nos mostrou o mapa, dizendo que a opção era ou ir para Salvador ou para Vitória e Vila Velha. Viemos então para Vila Velha. 

Estudei no  Colégio São José.  Depois, escolhi o que eu estudaria. Eu já tinha sede de justiça. Meu pai, que era muito culto, escrevia muito bem, me incentivou. Fiz faculdade de Direito, atuei por 16 anos na Defensoria Pública, mas queria fazer mais pelas pessoas. 

Tentei concurso para juíza. Passei no terceiro. Com a experiência na Defensoria, na primeira semana já estava em um júri, em Mantenópolis. Hoje, depois de tantos anos atuando na defesa das mulheres vítimas da violência doméstica, entendo a importância da educação para mudar a sociedade”.

Hermínia Azoury, juíza e coordenadora Estadual de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar do TJES

Papel da família e dos  escoteiros na educação

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Aderjanio Pedronio |  Foto: Acervo Pessoal

 “Apesar de ter nascido em Colatina, passei a maior parte da infância e adolescência em Linhares. Estudei no colégio Polivalente, que era público. Eu me lembro que  sempre teve uma excelente estrutura e bons professores. Tinha aula de   técnicas agrícolas,  comerciais e domésticas. Era uma escola onde havia muito respeito.  

Mas, além do colégio, o que considero que foi fundamental para a minha educação foi o envolvimento da família na igreja, até mesmo o grupo de escoteiros, que participei por muitos anos.  A escola, sozinha, não é responsável pela educação se não houver uma base forte da família.  

Quando fui morar em Aracruz, mais tarde, fiz dois anos de faculdade de Contabilidade e dois anos de Administração. Também ajudei a fundar o grupo de escoteiros de lá. Até hoje, temos contatos  e amizades que levo para a vida”.  

Aderjanio  Pedronio, 55, empresário e assinante de A Tribuna

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