São Torquato e Jucutuquara brilham no Sambão do Povo
Escolas entraram na avenida, coloriram o local de vermelho e fizeram o público vibrar, sambar e cantar o samba-enredo
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A São Torquato e a Jucutuquara coloriram o Sambão do Povo de vermelho e fizeram a avenida e o público vibrarem no terceiro dia de ensaios técnicos do Carnaval de Vitória.
A chuva deu uma trégua e foi o que os foliões precisavam para cair no samba. Nem mesmo o atraso de 1h43 da São Torquato desanimou o público.
A escola de Vila Velha levou para a avenida “Madalena – Muito mais que um bem querer”, uma homenagem a todas as mulheres.
O segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira é formado pelos estudantes Luan Igor, 16, e Yasmin Liz Gomes dos Reis, 12. “Comecei como porta-bandeira aos 4 anos. Minha bisavó já era do samba, é meio que uma herança”, diz Yasmin.
A mãe de Yasmin, que é musa da Piedade, Elizângela Reis, 39, afirma que a filha dá sequência à cultura do samba na família.
"Desde os 4 anos ela manifestou essa vontade de ser porta-bandeira, o pai também é sambista. Então é legal, uma perpetuação do samba capixaba na família. Ela vai estrear este ano como segunda porta-bandeira da São Torquato", diz a mãe.
Já o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira é experiente no Carnaval do Rio de Janeiro. Naninha e Yuri Souza são o terceiro casal da Beija-Flor.
"Aqui é uma preparação sobre dança, coreografia, o que dá certo ou não, e como será em frente à cabine dos jurados", diz Naninha.
Yuri observa que, passada a fase mais crítica da Pandemia, "as pessoas estão mais com fome de samba".
Quem também levou animação para o Sambão foram a rainha Kyciane Rodnitzky, 28, e o rei Marx Brandão, 50, da bateria da São Torquato.
Na concentração da Jucutuquara, que tem o enredo “Onde ocê foi morar?”, em homenagem aos migrantes, a animação já dava o clima da alegria que estava por vir.
O presidente da escola, Rogério Sarmento, falou da expectativa para este ano. “Temos sempre um grande trabalho para mostrar que o Carnaval é possível”.
O intérprete oficial da Jucutuquara, Danilo Cezar, destaca que Tico, diretor musical, harmonizou o samba com a sanfona adaptada para o enredo, que fala dos migrantes que vieram para o Estado, entre eles, os nordestinos.
A diretora de Comunicação da agremiação, Fernanda Barros, destaca que o enredo faz homenagem aos nordestinos, mineiros e todos que se estabeleceram no Espírito Santo.
"É tudo o que tem no Estado e que atrai o migrante, a culinária, as potencialidades daqui e a contribuição que essas pessoas que chegaram deram ao nosso Estado. Nesta quinta (26) teremos o Trio Forrozão junto com a nossa bateria no ensaio técnico. No dia do desfile, junto com o presidente, entra um(a) capixaba conhecido (a) nacionalmente que ainda não podemos revelar", diz Fernanda, em tom de mistério.
SÃO TORQUATO
Velha Guarda dá exemplo de energia
Com 23 integrantes no ensaio técnico, a Velha Guarda da São Torquato deu um show de energia e simpatia. Entre os integrantes, dois fundadores do Bloco de Carnaval que deu origem à escola, em 1974: Antônio Souza Santos, o Turiba, 75 anos, e Fernando Antônio Manzini, 74.
"Vamos subir (para o Grupo Especial) este ano, se Deus quiser! A Velha Guarda tem história e é uma alegria estar desfilando!", afirmou seu Fernando Antônio.
Rainha e Rei da Bateria
A São Torquato leva para a avenida a rainha Kyciane Rodnitzky, 28, e o rei Marx Brandão, 50 da bateria.
"Vamos representar as Madalenas com saias longas, cabelos longos, aqui no ensaio, mas a fantasia do dia do desfile é surpresa", disse a Rainha.
Já Marx contou que sua fantasia representava o tambor. "Cada ano é uma emoção diferente é muita garra de ser vencedor!"
Destaques para as Madalenas
Se tem algo que o ensaio técnico já mostrou é que os destaques de chão da escola vão trazer as Madalenas em diversas representatividades.
Com uma fantasia verde neon, Adenilda Cabral, 34, foi para o ensaio representando o orgulho canela-verde.
Já Marina Santos, 30, com uma fantasia em que o preto predominou, disse representar todas as Madalenas. "Represento a Madalena negra, que venceu todas as adversidades", contou.
JUCUTUQUARA
Fantasia de 60kg e 5h de treino
Quem vê a performance do mestre-sala e da porta-bandeira na avenida não imagina a dedicação necessária para que tudo de certo não somente para receber a nota dos jurados, mas para atravessar o sambão com o sorriso no rosto, às vezes, com fantasias muito pesadas.
É o que conta a personal trainer e bailarina Gessya Santana, 33 anos, primeira porta-bandeira da Jucutuquara, com o mestre-sala Bruno Lima, 39.
"Sou preparadora física do casal. Fazemos a preparação física e para poder passar o sambão tranquilamente. Na avenida, são 60 kg de fantasia, precisamos fazer a performance, sem perder o sorriso. Por isso é importante a preparação física. Nós últimos três meses, diariamente, nós dois treinamos de 3h30 a 5h sem falhar", conta Gessya.
"Frio na barriga", diz musa da nação
Desfilando há 15 anos, a musa da nação da Jucutuquara Patrícia Telles, 40, afirma que não há como chegar na avenida e não sentir aquele frio na barriga.
"Todo ano é diferente. É muito bacana. E este ano, com este enredo, falar desse povo acolhedor e ser capixaba e acolher esse povo aqui é muito importante, mostrar um povo de garra", afirmou.
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FIQUE POR DENTRO
Ensaios técnicos
O horário de início está previsto para 20 horas, todos os dias.
O Público poderá acompanhar da arquibancada. O acesso será liberado às 19h30.
Cada escola terá uma hora para ensaiar.
Por dia, duas escolas entram na avenida, uma do Grupo A e outra do Grupo Especial.
Programação
30 de janeiro (segunda-feira)
20h: Chega Mais
21h: Intervalo
21h30: Boa Vista
31 de janeiro (terça-feira)
20h: Império de Fátima
21h: Intervalo
21h30: Piedade
1º de fevereiro (quarta-feira)
20h: Imperatriz do Forte
21h: Intervalo
21h30: MUG
2 de fevereiro (quinta-feira)
20h: Pega no Samba
21h: Intervalo
21h30: Novo Império
Fonte: Liesge.
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