Aprovados novos remédios mais potentes para tratar 20 doenças
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Na luta contra doenças, a chegada de medicamentos mais potentes sempre é comemorada por médicos e pacientes. Nos últimos meses, foram aprovados pelo menos 20 novos remédios pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
São remédios para artrite reumatoide, diabetes, obesidade, câncer, enxaqueca, dermatite atópica, distrofia muscular, entre outras.
A maioria foi lançada nos últimos seis meses. Outros, haviam sido aprovados este ano, mas chegaram às farmácias recentemente. Há alguns, contudo, que chegarão às prateleiras em 2020, segundo afirmaram laboratórios.
Um deles, indicado para câncer de pulmão, foi elogiado pela oncologista Kítia Perciano. “Já usamos atezolizumabe para outras indicações. Agora, com essa nova indicação, muitos outros pacientes passam a ser beneficiados, tanto em eficácia quanto em qualidade de vida”.
O ortopedista e professor Thanguy Friço destacou dois medicamentos. Um deles é o Olumiant (baricitinibe), indicado para o tratamento de pacientes adultos com artrite reumatoide, e que se mostrou mais eficaz do que os tratamentos padrões que já estavam disponíveis no mercado.
Ele também comentou a importância do Translarna, que é um medicamento utilizado no tratamento de doentes com distrofia muscular de Duchenne.
“A chegada desses dois medicamentos ao País é muito importante. São pacientes que sofrem e têm nesses novos medicamentos uma esperança de melhora das dores, das limitações físicas e da qualidade de vida”, comentou.
Outra novidade é o medicamento para a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que segundo o presidente da Divisão Farmacêutica da GSK no Brasil, José Carlos Felner, é uma evolução no portfólio de remédios para doenças respiratórias.
O nutrólogo e professor de Nutrologia do Hospital Albert Einstein (SP), Roger Bongestab, comentou sobre o Belviq, que combate a obesidade e o sobrepeso.
“Já existia em manipulações no País há alguns anos. Eu mesmo a utilizo bastante de forma manipulada, com boa tolerabilidade e resultados bons, embora não prescreva de forma isolada”, ressaltou Bongestab.
Os medicamentos
1 Artrite reumatoide
- Olumiant: O medicamento sintético seletivo (da Eli Lilly) de uso oral e diário, foi lançado recentemente no País. No caso da artrite reumatoide, o sistema de defesa do organismo estimula a produção de substâncias conhecidas como interleucinas.
- Essas substâncias transmitem sinais para o interior das células, por meio de proteínas chamadas Janus quinases (JAK), causando os sintomas e impactos articulares.
- A inibição da proteína JAK pelo medicamento reduz a produção de outras interleucinas e diminui a inflamação e as deformidades das articulações.
2 Câncer de cabeça e pescoço
- Keytruda: A Anvisa acaba de aprovar duas novas indicações de Keytruda (pembrolizumabe), a imunoterapia da farmacêutica MSD, para o tratamento em primeira linha de pacientes com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço, recorrente/metastático ou irressecável.
3 Câncer de mama
- Verzenios: Em setembro, a Eli Lilly lançou no País o medicamento, que promete aumentar a sobrevida de pacientes com câncer de mama metastático.
4 Câncer de pele
- Libtayo (Cemiplimabe): A Sanofi Genzyme lançou este novo medicamento, que é um anticorpo monoclonal que impede a ligação da célula tumoral ao linfócito T (célula de defesa), restabelecendo, assim, a capacidade de defesa do sistema imune. É indicado para o tratamento de câncer de pele (carcinoma espinocelular de pele avançado ou metastático e não candidatos à cirurgia ou radioterapia).
5 Câncer de bexiga
- Erdafitinibe: Em oncologia, de acordo com a Janssen, foi aprovada a primeira terapia-alvo antiFGFR desenvolvida no mundo para tratamento de pacientes com câncer urotelial (tipo mais comum do câncer de bexiga) localmente avançado ou metastático.
6 Câncer de pulmão
- Imunoterapia atezolizumabe e do antiangiogênico bevacizumabe: Em julho, a Anvisa aprovou o uso da imunoterapia atezolizumabe e do antiangiogênico bevacizumabe, ambas da Roche, associadas à quimioterapia para a primeira linha de tratamento em pacientes com tumor de pulmão do tipo não pequenas células metastático não escamoso.
7 Câncer do sangue
- Daratumumabe: Recebeu, segundo a Janssen, nova indicação da Anvisa para tratar mieloma múltiplo, um tipo de câncer do sangue que representa cerca de 15% a 20% das malignidades hematológicas em todo o mundo.
8 Dermatite atópica
- Dupixent (dupilumabe): A Sanofi Genzyme lançou este medicamento, que é indicado para pacientes a partir dos 12 anos com dermatite atópica moderada a grave, cuja doença não é adequadamente controlada com tratamentos tópicos ou quando estes tratamentos não são aconselhados.
- É um anticorpo monoclonal humano, desenvolvido especificamente para inibir a sinalização excessiva de duas proteínas-chave, IL-4 e IL-13, que são consideradas as principais causas da inflamação subjacente persistente na dermatite atópica.
9 Diabetes
- Ozempic: Lançada pela Novo Nordisk, faz parte de uma nova classe de antidiabéticos, desenvolvida como forma complementar ao tratamento de insulina, para acompanhar mudanças na dieta e no estilo de vida de paciente com diabetes tipo 2.
- Fiasp: A Anvisa aprovou uma nova insulina ultrarrápida para o tratamento de crianças e adolescentes com diabetes 2. Deverá ser lançado no Brasil no primeiro semestre de 2020 pela Novo Nordisk.
10 Distrofia muscular
- Translarna (atalureno): Foi descoberto e desenvolvido pela PTC Therapeutics, sendo uma terapia de restauração proteica, criada para permitir a formação de uma proteína funcional em pacientes com mutação sem sentido.
11 Doença pulmonar obstrutiva crônica
- Trelegy: A GSK obteve a aprovação regulatória desse medicamento, que é indicado para o tratamento de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
12 Enxaqueca
- Emgality: Em julho deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de acordo com a Eli Lilly, aprovou o medicamento, que é indicado para prevenção em adultos que apresentem pelo menos quatro dias de enxaqueca por mês.
- Em formato de caneta aplicadora, a terapia é composta por uma injeção subcutânea autoadministrável, uma vez por mês, com uma dose de ataque de 240 mg, inicialmente.
- A previsão é que o novo medicamento chegue ao Brasil no começo de 2020.
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