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Claudia Matarazzo

Claudia Matarazzo

Colunista

Claudia Matarazzo

Aprendendo com as gafes de uma anfitriã

| 17/09/2020, 08:07 08:07 h | Atualizado em 17/09/2020, 08:10

Se alguém acha que, por amar uma mesa bonita e boa comida, eu nunca erro ao receber em casa, engana-se muito! Momentos em diferentes fases da vida são prova de que estamos sempre aprendendo e que os micos acontecem, independente de idade e planejamento.
Podemos aprender a prevenir as gafes, mas evitar de vez é impossível!

Vida nova – Nos anos 1980, era comum a jovem esposa oferecer um jantar aos amigos – até para poder usar as novas peças de porcelana, prata, faqueiros, etc.

Brincar de dona de casa, por que não? Em nossa mesa cabiam 10 pessoas: perfeito para convidar quatro casais mais amigos.

Recém-casada, eu estava muito orgulhosa com as exclamações das amigas, do tipo: “ah, que delícia” e “ah, que linda mesa”.
Na hora da sobremesa, minha amiga Ágata, ajudando a tirar os pratos, recolheu as facas – sem uso e limpas –, colocando-as sobre os pratos usados.
Ao ver aquilo, meu senso prático predominou e exclamei horrorizada:

“Assim, não! Salva as facas, salva as facas!!”. Gargalhada geral – inclusive, minha: em um segundo, minha pose sofisticada evaporou.

Improvisando – Há poucos anos, mais experiente, preparando um jantar informal, deixei os tournedos, devidamente temperados, fora da geladeira com outros acessórios.
Ao entrar na cozinha para finalizar, paralisei: dos oito tournedos, só havia dois sobre a bancada! A dois passos de mim, ofegante de puro prazer, e ainda babando, nosso cachorro Max me olhava com cara de “não vai sair, para eu abocanhar o resto?”

Desespero total! Naquela época, não havia delivery, nem pedir por aplicativo. Respirei! Pensei, pensei. “Estrogonofe! Esticar e fazer render a carne restante”!
Resultado: um estrogonofe com mais tomates picados e muito mais champignons do que o necessário. O arroz fresquinho e quente compensou o molho um tanto ralo e a falta de carne.

Mico na maturidade – Entendo o “vivendo e aprendendo” mas, podemos aprender sem tanta aflição: meu marido estava convidando apenas um casal para jantar e o homem era um italiano que ele acabara de conhecer através de negócios.

Preparei cogumelos de vários tipos com arroz selvagem: seriam o prato único, além dos aperitivos. Ao ver a hesitação do convidado encorajei: “Espero que você goste, é uma receita antiga de família”.

E ele, simpático: “Imagino que esteja uma delícia, mas, realmente, não posso comer, pois sou completamente alérgico a qualquer tipo de cogumelo”.

Nada te prepara para esse tipo de saia-justa!
Educadíssimo, ele sugeriu: “Não se preocupe. Se tiver uma muçarela, como feliz com a salada, pois adoro”. Zarpei rumo à geladeira rezando: “Cadê? Temos? Faça ter! TEM QUE TER”!

Até hoje, tenho para mim que quem colocou aquela muçarela tenra e branca na prateleira central foi algum espírito bondoso, pois nem sempre temos fresquinha e tenra em casa. Mas estava lá – e salvou a noite. Isto é o que conta.

Moral da história: com pessoas que não temos intimidade, nada de pratos únicos. É bom ter uma alternativa “universal” – coisa cada vez mais difícil hoje, mas, há que se morrer tentando.

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