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Gilmar Ferreira

Gilmar Ferreira

Colunista

Gilmar Ferreira

Ao mestre, com carinho

| 28/02/2020, 07:53 07:53 h | Atualizado em 28/02/2020, 07:55

Técnico campeão da Libertadores e do Mundial pelo Grêmio em 1983, comandante do título que pôs fim ao jejum de 21 anos do Botafogo, em 1989, Valdir Espinosa morreu ontem, de pneumonia, após dez dias de internação para uma cirurgia no abdome. Uma perda já muito sentida para aqueles que conviviam de perto com ele, mas amarga também para os amantes do bom futebol.

Apesar dos 72 anos de idade, o gaúcho gostava da plasticidade do jogo, ainda se dedicava a estudos táticos e não se cansava de mostrar em vídeos publicados em seu canal na internet o quão parado no tempo estavam os treinadores brasileiros que insistiam em escalar mais de um volante de contenção numa faixa do campo que deveria ser habitada por jogadores capazes de pensar e organiza o ataque.

Ontem, revisitando os links que ele compartilhava, encontrei um de dezembro de 2013, onde apontava os riscos que a Seleção de Felipão correria na Copa de 2014, no Brasil, escalando dois volantes, às vezes três, em vez de abrir espaços para meias e atacantes. E lembrei do quanto eu gostava de provocá-lo, considerando utópica e temerária a ideia de um time ir a campo com apenas um cabeça de área.

“O Grêmio fez a final do Mundial de 83 com o China à frente da linha de defesa, Osvaldo (artilheiro) e Mário Sérgio por dentro, Renato Gaúcho e PC Caju nas extremas, e o Tarcísio lá frente...”, rebatia.
E se eu o instigasse, atribuindo o sucesso à baixa intensidade da época, ele retrucava com uma verdade irrefutável.

“Com o avanço da fisiologia, é mais fácil pedir para um craque não deixar o adversário progredir do que exigir que um 'cabeça de área' seja capaz de organizar uma jogada de ataque...”, ensinava, com graça e leveza.

Espelho

Quanto mais observo o time de Jorge Jesus liquidar os adversários, mais me lembro das palavras de Espinosa. Porque me impressiona a postura defensiva e ofensiva do Flamengo, reduzindo espaços e desbravando caminhos no campo adversário com ações individuais que acionam o mecanismo coletivo.

O português transformou Gabriel Barbosa e Bruno Henrique numa dupla enlouquecedora. Juntos ou separados, os dois são o que há de mais moderno no futebol brasileiro — seja com ou sem a bola, na fase ofensiva ou defensiva, no jogo por baixo ou pelo alto. Ainda mais estando ladeados por jogadores como Willian Arão, Gerson, Arrascaeta e Éverton Ribeiro.

Ah, Espinosa, ainda bem que me redimi a tempo. Obrigado pelas aulas. E ainda bem que elas estão guardadas na internet.

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