Alunos estudam em contêiner há 10 anos
Lá se vão 10 anos desde que a Prefeitura de Vila Velha instalou módulos improvisados para os alunos da Escola Nair Dias Barbosa, em Ponta da Fruta. A estrutura das salas de aula, feita com paredes de PVC, no modelo de contêiner, é motivo de preocupação diária para os pais dos cerca de 160 alunos do ensino fundamental.
Para piorar ainda mais a situação, parte dos módulos está desativada porque o teto caiu. Além disto, a obra que seria feita para resolver o problema não foi concluída, atrasando o início do ano letivo.
“É uma estrutura quente, abafada e pequena. São módulos instalados de forma provisória que acabaram ficando como definitivos”, afirmou o presidente do Movimento Comunitário de Ponta da Fruta, San Clever Nunes.
De acordo com Nunes, a estrutura foi construída há 10 anos para aumentar a capacidade da escola, que não atendia mais a população do bairro. Nos últimos anos, o teto de quatro dos seis módulos começou a cair, fazendo com que o espaço precisasse ser interditado.
“Já era ruim, piorou mais”, disse, revoltada, Luana da Silva Carneiro, mãe de um aluno.
No ano passado, a prefeitura iniciou uma obra para reformar a escola, mas o serviço atrasou, adiando o início das aulas. Em vez de começarem no dia 4 deste mês, só tiveram início na última segunda-feira.
“Os módulos continuam sem ar-condicionado e, para piorar, jogaram areia no teto, o que retém ainda mais o calor”, afirmou Nunes.
A situação do colégio de Ponta da Fruta é semelhante à da Escola Emília do Espírito Santo Carneiro, na região de Vale Encantado, no mesmo município.
Em março do ano passado, a reportagem de A Tribuna mostrou que os alunos também estudavam, por 10 anos, em um espaço improvisado, feito com estruturas metálicas.
Sem projeto para mudanças
Mesmo diante das reclamações, a Prefeitura de Vila Velha informou, por nota, que não tem projeto para substituir os módulos de PVC por outra estrutura.
Sobre a reforma, a administração municipal disse que uma reunião foi realizada com os pais no último dia 11, quando ficou decidido, por consenso, que a empresa responsável criaria condições para que as aulas se iniciassem na última segunda-feira.
Já o prazo para finalização do teto é de dois meses. “A área em reforma está isolada para garantir a segurança dos alunos”, diz a nota.
Sobre a Escola Emília do Espírito Santo, a prefeitura disse que o local foi reformado, mas as aulas ainda acontecem nos módulos.
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