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Cidades

Alegria de ser mãe após vencer câncer


Imagem ilustrativa da imagem Alegria de ser mãe após vencer câncer
Larissa Belo, de 33 anos, com Laura, de 7 meses. “Meu Dia das Mães será especial e mágico”, disse a geógrafa |  Foto: Beto Morais/AT

O ano de 2020 foi de batalha e realização de um sonho para a geógrafa Larissa Belo, de 33 anos. Ela passou por uma gravidez em meio à pandemia, descobriu um câncer durante a gestação, venceu a doença e agora espera, com entusiasmo, o próximo domingo, Dia das Mães. Será a primeira vez que ela vai comemorar a data com a pequena Laura, de 7 meses, no colo.

Em janeiro do ano passado, Larissa foi surpreendida com a notícia de que estava grávida. Ela e o marido até planejavam ter filhos, mas queriam esperar até o final daquele ano. Apesar da surpresa, a alegria logo contagiou a família, que mora em Vitória.

Quando entrou no nono mês de gestação, em um autoexame de rotina, sentiu um caroço na mama direita e desconfiou. “Meu marido chegou a pensar que poderia se tratar de algo relacionado às glândulas, já que estava no final da gravidez”, contou.

Ela procurou seu médico, que indicou uma biópsia e um mastologista. “Fiz a biópsia numa terça-feira. A Laura nasceu na sexta, dia 2 de outubro. Dez dias depois, tive a confirmação de que estava com câncer”, citou.

O diagnóstico indicou câncer de mama triplo negativo, grau três, um tipo de tumor agressivo. “Meu mundo desabou. Senti medo. Já imaginei o meio e o fim do tratamento. Pensei na Laura”.

Larissa iniciou o tratamento no dia 3 de novembro, passando por quimioterapia, uma cirurgia para extração de parte da mama onde o tumor estava localizado e 15 sessões de radioterapia, que ela realizou no Instituto de Radioterapia Vitória (IRV).

A partir de agora, ela fará o monitoramento da doença a cada dois meses. No dia 8 de março, ela recebeu o resultado da sua última biópsia, que indicava que não havia mais tumor na mama.

“Durante o tratamento, eu sentia muitas dores, mas teve um dia que foi pior. Eu senti uma dor insuportável. Nesse dia, tive um sonho com uma mulher, que falava comigo: ‘Essa batalha, a gente já venceu. Fica tranquila, que a gente já venceu’. Aquilo me deu uma certeza, que não sei explicar, de que aconteça o que acontecer, vai dar certo”, contou.

Dos momentos que passou, ela relata que interromper a amamentação foi um dos mais difíceis.

“O médico me perguntou se queria ter filho e não entendi aquela pergunta naquele momento. Então, ele explicou que eu poderia entrar em menopausa. Entendi que a gravidez aconteceu na hora certa. Pude amamentar minha filha até onde deu e pude tê-la. Meu Dia das Mães será especial e mágico”, disse, emocionada.


"Laura foi meu sonho, a minha força"


A Tribuna – Quando descobriu a gravidez?

Larissa Belo – Estava planejando começar a tentar ter filho no final de 2020, mas, em janeiro daquele ano, descobri a gravidez. Foi uma surpresa.

A gestação foi tranquila?

Sim. Foi uma gravidez normal.

Como descobriu o câncer?

Quando entrei no nono mês de gestação, em setembro, enquanto fazia um autoexame de rotina, senti um nódulo na mama direita. Como estava com uma consulta já agendada, comentei com o obstetra. Ele fez um ultrassom e indicou biópsia e um mastologista. Fiz a biópsia numa terça e a Laura nasceu na sexta, 2 de outubro. Dez dias depois, tive a confirmação de que estava com câncer de mama.

Como foi que recebeu o diagnóstico?

Quando a Laura nasceu, esqueci da biópsia, nem pensei. Só vivia aquela coisa de ser mãe. Me preparei muito para amamentar. Foi perfeito, não tinha problema nenhum. Parece até que Deus me deu esses dias de presente para curtir um pouco. Quando recebi o resultado, meu mundo desabou. Senti medo. Foi desesperador. Meu tipo de câncer era bem agressivo.

E o tratamento, como enfrentou?

Meu pai usava uma expressão à qual me apeguei muito durante esse período. “Vamos encarar cada etapa como se a gente estivesse no mar, e cada etapa é uma onda grande. Então, vamos passar por essa onda e não tem como voltar”.

Eu me apegava sempre nisso porque o tratamento foi bem dificíl, os efeitos colaterais foram bem cruéis. Depois, passei pela cirurgia, para retirada da parte da mama onde estava o tumor.

Quais foram os momentos mais difíceis no tratamento?

Foram muitos. Eu sentia muitas dores, mas teve um dia que foi pior, eu senti uma dor insuportável. Nesse dia, tive um sonho com uma mulher que falava comigo: “Essa batalha, a gente já venceu. Fica tranquila, que a gente já venceu”.

Aquilo me deu uma certeza de que, aconteça o que acontecer, vai dar certo. Outro momento foi quando interrompi a amamentação. Fiquei olhando para o comprimido (remédio para interromper o leite materno) por dois dias até ter coragem e tomar. Foi muito difícil.

O que te dava forças?

Laura foi meu sonho, a minha força. Chegava em casa, após passar pelo tratamento, olhava para ela sorrindo para mim, e me sentia muito melhor. Sem falar que ela tomava meu tempo, e isso me ajudou a encarar o tratamento de forma mais leve, porque eu tinha de cuidar dela também.

Qual o sentimento hoje, ao comemorar o Dia das Mães?

A melhor sensação do mundo. O câncer e a maternidade me transformaram. Amo acordar cedo, dar banho nela. Já estou com o look mãe e filha para passarmos juntas.
 


Tumor de mama afeta uma em cada 3 mil grávidas

O câncer de mama durante a gravidez é raro e acontece em uma de cada 3 mil grávidas. Mas é o tipo mais comum de câncer diagnosticado durante a gestação, a amamentação ou no 1º ano após o parto.

“As alterações hormonais durante a gestação tornam as mamas maiores, mais sensíveis e densas, o que pode dificultar o diagnóstico na fase inicial”, destacou a médica radioterapeuta Lorraine Juri, do Instituto de Radioterapia Vitória.

Segundo o mastologista Cleverson Gomes do Carmo Junior, apesar de rara, a doença não pode ser negligenciada. “Toda grávida está exposta a esse risco. Tem de fazer o pré-natal, o acompanhamento médico e realizar o autoexame”.

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