Produtor de Brejetuba vence Prêmio Cafés Especiais do ES
Com grãos selecionados e fermentação natural, capixaba conquista o 1º lugar na categoria arábica

O produtor Marcos Antônio Costa, da Fazenda Córrego Pinheiros, em Brejetuba, no Caparaó, transformou o cultivo herdado dos pais em uma referência nacional de qualidade.
Após investir em colheita seletiva e fermentação natural, conquistou o 1º lugar na categoria Arábica na última edição do Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo, alcançando 92,79 pontos.
Marcos conta que começou a trabalhar com café ainda jovem, ao lado do pai e dos irmãos, cultivando grãos tradicionais. Há 5 anos, decidiu investir na produção de cafés especiais, uma mudança que trouxe novos desafios.
O concurso foi no final de dezembro do ano passado, reforçando o reconhecimento pelo esforço e pela dedicação do produtor.
“Na época, era café comum. Há cinco anos comecei a produzir cafés especiais e surgiram dificuldades com o clima chuvoso e o problema da xícara riada, termo usado na classificação de cafés para descrever sabor e aroma desagradáveis”, relembra.
Apesar das adversidades, ele persistiu e aprendeu a lidar com as variações climáticas, aperfeiçoando as técnicas de cultivo para atingir o nível de excelência desejado. “Para mim, significa muito conquistar este prêmio. É resultado de muito trabalho, tempo e dedicação para alcançar essa qualidade”, ressaltou.
Diferencial
Marcos disse que acredita que a uniformidade dos grãos e o sabor diferenciado são aspectos que destacam seu café. Ele também enfatiza os cuidados com a manutenção das lavouras como um fator essencial.
“Mantenho minhas lavouras roçadas, não gosto de capinar nem aplicar veneno no mato. Assim, os grãos ficam mais bonitos e saudáveis, e o solo protegido contra a erosão”, detalha.
Para ele, não existe um único diferencial que o tenha levado ao topo, mas um conjunto de fatores aliado à dedicação constante.
“É difícil falar sobre o diferencial, pois acredito que todos trabalham igual a mim, com determinação, dedicação, amor e zelo para produzir um excelente café especial”, reflete.
Entre os principais desafios, Marcos cita o clima, cada vez mais instável. “Estou sempre de olho nas lavouras. Estamos sempre atentos para não perder a qualidade dos cafés”, comenta.
Entenda
Café especial
É aquele que atinge nota mínima de 80 pontos, em uma escala de 0 a 100, segundo os critérios da Specialty Coffee Association (SCA).
Apresenta aroma, sabor, acidez, corpo e doçura equilibrados, sem defeitos perceptíveis na bebida.
Envolve colheita seletiva, apenas de grãos maduros, e pós-colheita controlada, com fermentação natural e secagem adequadas.
Monitoramento
Todo o processo, do plantio à torra, é monitorado e documentado, garantindo transparência e origem do produto.
Geralmente associado a práticas ambientalmente corretas e socialmente responsáveis, com respeito ao solo, à água e ao trabalhador rural.
Fonte: Incaper.
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