Capixabas já vendem pimenta até para Dubai
Pimenta-do-reino é um dos produtos que são exportados para os Emirados Arábes. Mamão também busca expansão de mercado
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Impactados pela imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA, produtores capixabas precisaram reavaliar suas rotas comerciais.
Nesse contexto, destinos como os Emirados Árabes surgem como porta de entrada estratégica para o mercado internacional.
Erasmo Negris, 56 anos, cultiva pimenta-do-reino em São Mateus e comercializa toda a produção por meio da Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (Coopbac), responsável pela exportação para mais de 100 regiões do mundo, incluindo recentemente Dubai.
“Hoje temos cerca de 15 mil pés e colhemos 15 mil quilos por ano. Parte desse volume agora segue para Dubai, que se mostra um mercado muito promissor para o nosso produto”, afirma.
Segundo ele, a nova rota pode trazer estabilidade ao setor diante das oscilações comerciais com outros países. “Com essas tarifas dos Estados Unidos, precisávamos buscar alternativas. Encontrar um comprador em Dubai nos dá fôlego e perspectiva de crescimento, pois abre portas para toda a região do Oriente Médio.”
Especialistas apontam que, para os produtores capixabas de pimenta-do-reino e outros produtos, Dubai não representa só uma alternativa diante das tarifas, mas também um canal de crescimento sustentável, lucrativo e capaz de valorizar a produção local.
“O mercado de Dubai combina alto poder de compra, logística eficiente e abertura para produtos de qualidade. Para o agronegócio capixaba, significa não apenas diversificar destinos, mas também acessar uma vitrine para todo o Oriente Médio”, avalia o economista Ricardo Menezes.

José Eugênio Fontes Carvalho, 38 anos, engenheiro agrônomo da UGBP e da Doce Fruit, empresas sediadas em Linhares que exportam mamão e gengibre, destacou as perspectivas de crescimento no mercado europeu.
“Temos mercados promissores na Europa para expandir nossas exportações de mamão, que não foi tão prejudicada pela taxação nos EUA. No caso do gengibre, fizemos negociações com nossos clientes e não deixamos de atendê-los.”
Dados da Secretaria de Estado da Agricultura (Seag) apontam o Espírito Santo como maior produtor e exportador de mamão do Brasil.
Vantagens do mercado de Dubai
Alto poder de compra: consumidores com grande capacidade financeira e dispostos a pagar mais por produtos de qualidade.
entrada para o Oriente Médio: hub logístico e comercial que facilita o acesso a países como Arábia Saudita, Catar, Omã e Kuwait.
Logística eficiente: portos modernos, aeroporto internacional e transporte integrado que agilizam importação, armazenamento e distribuição.
Valorização de produtos de qualidade: alta demanda por alimentos diferenciados, orgânicos e exóticos, favorecendo itens premium.
Diversificação de mercado: alternativa estratégica para exportadores diante de tarifas e barreiras de outros mercados, como os EUA.
Exposição internacional: produtos vendidos em Dubai ganham visibilidade e se tornam referência na região, fortalecendo a marca.
Crescimento constante: economia em expansão, criando oportunidades.
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