Alho fica maior e “livre” de doenças
Projeto impulsiona cultivo, com sementes tratadas e resultados mais firmes, animando produtores e ampliando a competitividade
O Espírito Santo vive uma mudança importante no cultivo de alho, impulsionada por um projeto que busca elevar a qualidade e a produtividade da lavoura.
A nova safra, já retirada em propriedades de diferentes regiões, apresenta resultados que animam agricultores. Os bulbos aparecem maiores, os dentes mais firmes e, sobretudo, livres de doenças que antes comprometiam plantações.
Entre os produtores que aderiram à iniciativa está Rosemiro Schmidt, agricultor de Rio Claro, no interior de Santa Maria de Jetibá. A família dele cultiva alho há três gerações e preservou a tradição até incorporar técnicas mais modernas.
“Isso vem de longe. Meus avós produziam alho, meus pais produziram e continuamos essa mesma caminhada”, afirma.
Mesmo com a experiência acumulada, Rosemiro decidiu atualizar o sistema de produção. As sementes usadas por ele passaram por um processo rigoroso de limpeza no laboratório da Embrapa, em Brasília, voltado à eliminação de vírus e outras doenças.
Rosemiro e sua mulher, Sanderli, participaram da primeira colheita das variedades Roxão, Amarante e Ouro Branco, retirada a partir de novembro.
Ele observa uma mudança marcante no desempenho das novas plantas.
“Os dentes são menos numerosos e maiores. O alho daqui costuma ter muitos dentes, mas essas variedades formam cabeças mais robustas e uniformes, o que melhora a qualidade do produto”.
Além de Santa Maria de Jetibá, municípios como Domingos Martins receberam as novas sementes. O projeto se expande e testa o comportamento das variedades em outras regiões do Estado, como Muqui, Linhares e Colatina, para avaliar a adaptação a diferentes climas. O engenheiro agrônomo Protaze Magevski destaca que o alho livre de vírus representa um avanço para a produção capixaba.
“Esse alho livre de vírus aumenta o valor agregado da lavoura. Ele apresenta tamanho superior, amplia o potencial competitivo no mercado e reduz a entrada de produtos importados”, explica.
A iniciativa resulta da parceria entre o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e a Embrapa. O trabalho conjunto pretende ampliar a produção, valorizar o agricultor e fortalecer o uso de técnicas científicas.
Saiba mais
O novo alho
Possui bulbos maiores e dentes mais firmes.
Apresenta cabeças mais robustas e com menos dentes, o que melhora a qualidade comercial.
É livre de vírus e doenças que antes afetavam a produção capixaba.
Têm maior valor agregado e potencial competitivo frente ao alho importado.
O projeto
Desenvolvido em parceria entre Incaper e Embrapa.
Inclui a limpeza das sementes em laboratório para eliminar vírus.
Testa variedades como Roxão, Amarante e Ouro Branco em diferentes regiões do Estado.
Busca aumentar produtividade, qualidade e renda do agricultor.
Fonte: Incaper.
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