Após estrondo e interdição, moradores voltam para condomínio em Vila Velha
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Moradores do Residencial Vila Velha, no bairro Jabaeté, foram autorizados a voltar para seus apartamentos neste domingo (14), após uma nova vistoria realizada durante a manhã. No entanto, a decisão não agradou as famílias que dizem não se sentir seguras em retornar aos imóveis.
Na última sexta-feira (12), foi determinada pela Defesa Civil municipal a interdição por 72 horas do bloco 13 do condomínio, que faz parte do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, após uma vistoria identificar anomalias no local.
Na noite anterior, moradores do prédio ouviram um estrondo no local e tiveram que deixar os apartamentos. Eles foram levados para um hotel em Cariacica, onde aguardariam por uma nova análise do prédio.
Uma nova vistoria foi realizada na manhã deste domingo, conforme a Defesa Civil de Vila Velha. De acordo com o órgão, a análise foi feita com a presença de representantes da Caixa Econômica, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) e da Defesa Civil Estadual.
“Com base no laudo técnico da engenharia da Caixa foi decidido pelo retorno dos moradores. A síndica recebeu o laudo da Caixa se responsabilizando por monitoramento e reparos. A Ação conjunta do CREA atestando que o prédio está seguro e o tempo de 72 horas de observação e monitoramento se findou . Especialistas do CREA e Caixa com o aval do Engenharia da Defesa Civil do Estado. Todos entenderam que não a risco”, disse a nota da Prefeitura de Vila Velha.
Moradora reclama
O apartamento onde os estrondos ocorreram é da auxiliar de serviços gerais, Deslaine de Jesus Maia, e fica no primeiro andar do condomínio. De acordo com ela, o teto da sala cedeu e rachaduras apareceram no quarto.
Ela disse que não se sente segura em voltar para o apartamento. “Falaram que a gente voltaria para o prédio, mas não deram nenhum documento para gente. Disseram que não tem anomalia nenhuma, que as rachaduras são normais. O Crea falou que tem anomalias. Não é só o nosso que está desse jeito, outros (apartamentos) estão danificados. Eu moro no primeiro andar, que é onde teve o estrondo. Não é seguro”, afirmou ela.
De acordo com ela, foi informado aos moradores que o barulho ouvido era de azulejo descolando.
“Eu não vou dormir dentro de casa, vou montar uma barraca, colocar o colchão do lado de fora e dormir. Não deram uma satisfação para a gente. Tenho conhecidos e amigos, mas eles não têm obrigação (de dar auxílio). Quem tem essa obrigação é a Caixa. Quero auxilio social, qualquer coisa, para eu morar, mas, para dentro do apartamento, eu não volto. Tem que desmanchar e fazer tudo de novo. Esse é o reparo que tem que ser feito. Se isso cai, eu moro no primeiro andar. Sou a primeira a morrer a última e ser achada”, desabafou Deslaine.
Outro lado
A Caixa foi procurada pela reportagem. Em nota, o banco informou que que o Residencial Vila Velha foi liberado pela Defesa Civil Municipal neste domingo (14) e que os moradores foram encaminhados de volta ao empreendimento.
"O banco esclarece que não cabe à Caixa a interdição ou desinterdição das unidades, sendo esta uma atribuição da Defesa Civil Municipal, que segue critérios técnicos em suas decisões. Após vistoria conjunta, com a participação da Defesa Civil Municipal e do CREA, o prédio foi liberado para retorno dos moradores".
A instituição ainda informou que, na condição de representante do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), prestou toda assistência necessária aos moradores até que a segurança do prédio fosse atestada.
"Esclarecemos ainda que, conforme regras previstas no Programa Minha Casa Minha Vida – Faixa I, o FAR se responsabilizará pelos reparos pontuais que se fazem necessários, por meio da contratação emergencial de empresa para execução, que ocorrerá nos próximos dias", finalizou.
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