André Prando abraça o público em novo EP

|  Foto: Divulgação/Luara Zucolotto

EP de cabeceira. Com o “Calmas Canções do Apocalipse”, André Prando oferece um abraço musical. No trabalho, lançado na sexta-feira e disponível nas plataformas digitais, o cantor e compositor capixaba canta três grandes motivos para as pessoas serem positivas, mesmo diante do caos.

“Espero que o EP seja um acalanto, um abraço, um momento de muita reflexão e diversão”, destaca André Prando ao AT2.

“Gatinho na Internet” e “Dharma” são faixas autorais. A terceira canção do EP, “Clamor no Deserto”, é uma regravação de Belchior, de 1977. O projeto foi produzido pelo músico durante o confinamento das últimas semanas.

“Canto na esperança de levar reflexão e algum conforto para os corações”, postou Prando, no seu Instagram, sobre o EP distribuído pela Sony Music.

Na primeira canção, o artista expõe os motivos atuais que têm provocado o desespero humano, que inclui o isolamento social.

No entanto, em “Gatinho na Internet”, o cantor e compositor aponta, de forma bem-humorada, que a internet é um meio que possibilita os contatinhos, mesmo que de forma virtual.

“Dharma” propõe uma busca pelo que o mantém elevado. “Também é o que colhemos de bom das coisas, como evoluímos. Vivemos em um momento que é necessário reaprender, reestruturar, reentender nossas intenções. Acredito que este momento pode ensinar para a gente que precisamos viver coletivamente”, frisa André Prando ao AT2.

André Prando | Cantor e compositor “Momentos difíceis nos inspiram a escrever”

AT2: “Calmas Canções do Apocalipse” acaba de sair, trazendo uma palavra de esperança para acalmar os corações aflitos.
André Prando: Na verdade, é um projeto que eu não estava planejando. Estava em turnê com “Voador”, meu disco de 2018, quando começamos a entrar na situação de isolamento social.

Já tinha começado duas músicas, “Gatinho na Internet” e “Dharma”, então fiz umas parceria para finalizar. Na verdade, não foi nem uma busca, mas uma mensagem que temos para passar como compositor.

As canções não falam só do que está acontecendo, dialogam com o momento. É uma necessidade de expressar, que é fundamental diante do que estamos vivendo.

Feliz com o resultado?
Muito! Por ter sido um trabalho feito dentro de casa, tinha muitas inseguranças sobre como seria. Aprendi bastante.

Com certeza, só chegamos a esse resultado por conta das participações do trabalho de mixagem e edição do Jackson Pinheiro. Ele me auxiliou nesse trabalho de improviso, que ficou bem profissional.

Como libertar os corações presos?
Momentos difíceis nos inspiram a escrever, a enfrentar essas dificuldades. Então, compartilhar nossas aflições, reflexões através das músicas, é um processo natural. Para mim, compor é um processo complicado. É muito desregrado. Por conta disso, estou muito feliz com o resultado, sabe? Feliz de ter conseguido me expressar bem.

O EP foi feito no seu quarto. É seu refúgio musical?
No nosso lar, não tem nada igual. Na verdade, a casa toda é o meu refúgio. Foi muito inspirador gravar dentro de casa.

“Gatinho na Internet” é o retrato da realidade. Isso?
Essa canção está superfervendo! As pessoas se identificam. Fala da nossa linguagem, do nosso tempo. Costumo me antenar de forma a conseguir dialogar claramente com as pessoas. Este tempo que estamos tendo não é fácil, não é vago. Vivemos em constante ansiedade. A sensação é de estar sobrevivendo.

Seus bichanos não estão estranhando a presença humana tão frequente em casa?
Cara, eles estranham muito! (Risos) O gato é muito territorialista, mas temos até nos divertido. São companheiros incríveis.