Após três anos, PM acusado de assassinar lutador Leandro Lo passa por júri
Campeão mundial estava em um show quando foi baleado na cabeça. Previsão é que o júri dure três dias
Após três anos, o tenente Henrique Otávio Oliveira Velozo, acusado de matar o lutador Leandro Lo, em 2022, passa por júri nesta quarta-feira (12). A audiência teve início às 11h30 no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste, e a previsão é que o júri dure três dias.
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Ao todo, serão ouvidas nove testemunhas, entre as de acusação e defesa. Em seguida, vai acontecer um interrogatório do réu e o debates entre promotores do Ministério Público e assistentes da acusação e os advogados de Henrique.
Sete jurados, sendo cinco mulheres e dois homens, compõem o conselho de sentença e votarão para decidir se Henrique deve ser culpado ou absolvido. A sentença será dada pela juíza Fernanda Jacomini, da 1ª Vara do Júri.
Em maio, o júri foi suspenso pela Justiça. A medida atendeu a um pedido da defesa de Velozo. Seus defensores protocolaram ação contra o magistrado responsável pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, o que foi aceito pelo desembargador Marco Antônio Cogan.
Segundo os advogados, "o juiz determinou, de forma unilateral, às vésperas da sessão, a exclusão dos assistentes técnicos da defesa, que estavam previamente autorizados a participar do julgamento". Um deles seria um perito contratado pelos defensores. Eles viram um possível desequilíbrio na condução dos trabalhos.
O júri foi remarcado para agosto. Porém, na nova data, foi dissolvido poucas horas após o início, por causa de desentendimento entre acusação e defesa. Assim, o julgamento foi marcado para começar nesta quarta.
O CASO
Lo tinha 33 anos quando foi assassinado, na madrugada do dia 7 de agosto de 2022. Ele estava em um show do grupo de pagode Pixote, no Esporte Clube Sírio, no bairro Planalto Paulista, quando foi baleado na cabeça pelo tenente Velozo.
A investigação aponta que o policial deixou o local e se dirigiu para um prostíbulo. Depois, acompanhado, foi para um motel na marginal Pinheiros. Ele se entregou à Corregedoria da PM na mesma noite.
O PM está preso de forma preventiva (sem prazo) no Presídio Militar Romão Gomes, destinado a policiais. Em entrevistas anteriores, o advogado Claudio Dalledone, que representa o policial, afirmou que seu cliente agiu em legítima defesa.
Ivã Siqueira Junior, advogado da família do lutador, disse na época do crime que, segundo testemunhas, o desentendimento teve início depois de um homem entrar na roda de amigos de Lo, pegar uma garrafa de bebida e começar a chacoalhá-la. Ao mesmo tempo, o homem estaria encarando o lutador, como forma de provocação.
Lo teria, então, derrubado o homem e o imobilizado. Outras pessoas se aproximaram e separaram a briga, sem ter havido agressões, de acordo com relatos de testemunhas aos quais o advogado da família afirma ter tido acesso.
O homem teria, então, sacado uma arma e, de frente para a vítima, disparado uma única vez na cabeça do lutador, que foi atingido na testa. O atirador teria ainda chutado duas vezes a cabeça de Lo, enquanto este estava caído no chão, segundo colegas do campeão mundial.
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