Mulheres do Bolsa Família presas em operação contra lavagem em Ipojuca
Investigação aponta que grupo movimentou até R$ 4 milhões; líderes da quadrilha já estavam presos em penitenciárias do Estado

Entre os 11 presos na Operação Camelus, deflagrada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (17), estão mulheres inscritas em programas sociais, como o Bolsa Família. Elas teriam cedido dados bancários para movimentar quantias milionárias ligadas a uma organização criminosa que atuava no distrito de Camela, em Ipojuca, e lavava o dinheiro do tráfico de drogas. Na conta delas, foram movimentados até R$ 4 milhões.
De acordo com a PCPE, o grupo vinha sendo investigado desde outubro de 2023, com foco no tráfico de drogas e lavagem de capitais. A operação foi coordenada pela 1ª Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (1ª DPRN), sob o comando do delegado João Carlos Oliveira, e integra a Diretoria Integrada Especializada (Diresp).
Prisões e mandados
Ao todo, foram cumpridos 12 mandados de prisão e nove de busca e apreensão domiciliar, além de bloqueios de bens e ativos financeiros determinados pela Vara Criminal da Comarca de Ipojuca. Das ordens de prisão, 11 foram cumpridas – dez em Pernambuco e uma em São Paulo.
Liderança e estrutura do grupo
Segundo as investigações, os chefes da quadrilha estão presos nas penitenciárias de Igarassu, no Grande Recife, e Itaquitinga, na Zona da Mata Norte, de onde continuavam a comandar parte das atividades criminosas.
O delegado João Carlos Oliveira explicou que esta fase da investigação concentrou-se no núcleo financeiro da organização.
“Focamos neste momento na parte financeira desse grupo, que atua com o tráfico de drogas e homicídios na região. Novas investigações poderão surgir a partir do que foi colhido hoje, e esse é mais um passo importante na asfixia financeira das grandes organizações criminosas”, afirmou.
Durante a operação, celulares e documentos foram apreendidos. O material será periciado para aprofundar a investigação.
A ação mobilizou 75 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, e contou com o apoio da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil (Dintel), do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (Lab/LD), do Comando de Operações e Recursos Especiais (Core), do Grupamento Tático Aéreo (GTA) e da Polícia Civil de São Paulo.
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