Longevidade empresarial: os pilares que sustentam marcas
Longevidade empresarial depende de inovação, responsabilidade e foco no consumidor
No Brasil, abrir uma empresa já é um grande desafio. Mas fazê-la sobreviver ao tempo é ainda mais complexo. Dados do IBGE mostram que seis em cada dez empresas fecham as portas em até cinco anos de existência. Esse cenário evidencia que empreender no País não é apenas ter uma boa ideia, mas desenvolver a capacidade de adaptação, resiliência e visão de futuro.
É justamente nesse ponto que a discussão sobre longevidade empresarial ganha relevância. O que faz com que algumas companhias sobrevivam e prosperem por décadas, enquanto tantas outras encerram suas atividades precocemente? Não existe fórmula mágica, mas acredito que três pilares podem ser decisivos: compromisso com o consumidor, inovação contínua e responsabilidade social e ambiental.
O compromisso com o consumidor parece óbvio, mas é nele que muitas empresas tropeçam. Conhecer de fato quem consome, entender seus hábitos e expectativas e se adaptar a eles é o que diferencia marcas que ficam no imaginário das pessoas daquelas que são facilmente substituídas. Esse compromisso exige humildade para ouvir, rapidez para responder e coerência para entregar.
A inovação é o segundo pilar. O mercado se transforma em velocidade acelerada, seja pela tecnologia, seja pelas mudanças de comportamento da sociedade. Permanecer competitivo exige diversificação, atualização constante e coragem para arriscar. Inovar não significa apenas lançar novos produtos ou serviços, mas também repensar processos, modelos de gestão e até a forma de se comunicar com o público.
Por fim, mas não menos importante, está a responsabilidade social e ambiental. Cada vez mais, consumidores e investidores valorizam empresas que não olham apenas para o próprio lucro, mas que entendem seu papel no ecossistema em que estão inseridas. Ser sustentável não é apenas uma exigência regulatória ou de marketing: é uma condição para permanecer relevante em um mundo que cobra coerência e propósito.
Falo disso não como teoria, mas como prática observada ao longo de décadas no mercado. O Grupo Coroa acaba de completar 92 anos de atividade, um feito raro no cenário nacional. Essa trajetória só foi possível porque, ao longo do tempo, buscamos equilibrar tradição e inovação, respeitar o consumidor e atuar com responsabilidade diante da sociedade.
É claro que cada setor tem suas particularidades e desafios específicos. Mas os fundamentos que sustentam a longevidade empresarial tendem a ser universais: ouvir as pessoas, inovar de forma consistente e assumir compromissos que ultrapassem as fronteiras da empresa.
Se o Brasil ainda tem altas taxas de mortalidade empresarial, é porque precisamos debater e incentivar práticas que ajudem nossos negócios a atravessar gerações. Mais do que uma conquista individual, a longevidade empresarial é um ativo coletivo, que gera empregos, movimenta a economia e fortalece a identidade de um povo.
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