Mulheres em Fio: inscrições abertas para oficina de dança gratuita no Recife
"Corpas Rizomáticas", idealizada pela artista e pesquisadora Lane Luz, oferece vagas para explorar dança, ancestralidade e ecologia do corpo
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Com informações de Dulce Araújo
A oficina de dança "Corpas Rizomáticas: Mulheres em Fio", com inscrições gratuitas, convida mulheres cis e trans para uma imersão corporal profunda. Criada pela artista e pesquisadora Lane Luz, a atividade amplia o espetáculo "Ser Rizoma", unindo dança, ancestralidade e reflexões sobre o território — físico e simbólico.
As interessadas têm até o dia 30 de agosto para efetuar a inscrição neste link . A iniciativa conta com Incentivo da PNAB – Recife, por meio do Edital Multilinguagens – Recife Criativo e acontecerá nos dias 06, 13, 20 e 27 de setembro; e 11, 18 e 25 de outubro (sempre aos sábados).
Com uma pesquisa que amadurece desde 2021, Lane Luz mergulha na ideia do "Corpo Rizomático", um conceito que se manifesta na dança como uma escuta interna, conectando o ventre e o umbigo a raízes e fios que se irradiam para dentro e para fora do corpo. Essa abordagem convida à escuta de um chão profundo, um estado de presença que reverbera na experiência do mover.
Saberes que inspiram
A oficina se apoia em um vasto repertório de referências que dialogam com culturas, ancestralidades e expressões artísticas. Entre elas, estão os pensamentos do líder indígena e ativista ambiental Ailton Krenak, que defende a conexão com a natureza e a preservação dos saberes tradicionais; as reflexões de Antônio Bispo dos Santos, conhecido como Bispo do Rosário, artista brasileiro que explorou religiosidade e simbologias populares em suas obras; e o projeto Flecha Selvagem, iniciativa que valoriza saberes ancestrais indígenas.
O trabalho também dialoga com o arquétipo da "Mulher Esqueleto", descrito pela escritora e psicanalista Clarissa Pinkola Estés como símbolo da transformação e da força feminina profunda.
A potência criativa das artistas visuais Rossana Paulino e Adriana.eu aparece como inspiração, assim como a performatividade da artista UYRASODOMA, que mistura ancestralidade e contemporaneidade em suas performances. Além disso, artigos da revista CLIMACOM, que tratam da vida vegetal, ampliam o debate sobre o vínculo entre corpo, território e natureza.
A convergência
Todas essas fontes convergem para a compreensão de um mover que é também um ato de reconexão e resistência.
"Corpas Rizomáticas: Mulheres em Fio" propõe um corpo contracolonial, que escuta, dança e sonoriza a partir da experiência encarnada com a natureza, o instinto e as memórias. A oficina explora territórios maternais, ancestrais, simbólicos, geográficos e umbilicais, cruzando cosmologias afro-indígenas e as sabedorias de benzedeiras e parteiras.
Oficina será na Ilha Santa Terezinha, em Santo Amaro
A escolha do local não é por acaso: a oficina acontecerá na Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente (AACA), na Ilha Santa Terezinha, no bairro de Santo Amaro. Para Lane Luz, oriunda dessa comunidade periférica, o território é fundamental.
"Quando falamos em território nesta pesquisa que dá base à proposta da oficina, estamos nos referindo também a um outro ponto da questão, igualmente necessário, que são os processos de desterritorialização de estados, posses, corpos, submissões, exclusões, invisibilidades e formas que não mais, enquanto mulheres, desejamos", explica a artista.
A vivência incluirá a conexão com o mangue, um rizoma presente e resistente na cidade de Recife, que Lane Luz percebe como parte de sua própria identidade corporal: "Acredito que essa mulher meio mangue, meio caranguejo que aparece na minha forma de mover-dançar, faz todo sentido no caminho da identidade de movimento que acontece dentro da minha pesquisa no espetáculo Ser Rizoma."
Vagas limitadas
Serão oferecidas 20 vagas para mulheres (cis e trans), artistas e/ou interessadas em trabalhos corporais, a partir dos 18 anos. Metade das vagas será destinada a moradoras da comunidade Ilha Santa Terezinha. As demais serão divididas: duas vagas para mulheres da comunidade surda do Recife (com acessibilidade em LIBRAS e a presença da intérprete Joselma Santos) e as oito restantes para mulheres de Recife em geral.
A oficina, que totaliza 18 horas de atividades distribuídas em seis encontros de três horas cada, contará também com a participação especial da musicista Sônia Guimarães, parceira de Lane Luz no espetáculo "Ser Rizoma", que trará sua pesquisa sonora para enriquecer as vivências.
As inscrições serão realizadas online, através de formulário disponibilizado nas redes sociais da artista (@laneluz_3) e do espetáculo "Ser Rizoma" (@serrizoma_espetáculo). A seleção se dará por meio dos relatos de intenção coletados no formulário. A produção executiva é de Natasha Santiago.
Ao final do processo, a oficina culminará em uma Roda JAM das Corpas Rizomáticas: Mulheres em Fio, aberta ao público, convidando a todos a experimentar corporalmente os aprendizados e as conexões estabelecidas.
Serviço:
O quê: Oficina de Dança "Corpas Rizomáticas: Mulheres em Fio"
Com quem: Lane Luz
Período de inscrição: 05 a 30 de agosto 2025
Link de inscrição: http://forms.gle/mG6gqoaZC63z6jPM6
Datas da oficina: 06, 13, 20 e 27 de setembro; 11, 18 e 25 de outubro (sempre aos sábados)
Horário: 9h às 12h
Onde: Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente (AACA) – Rua Mário Albuquerque Cavalcanti, Santo Amaro, Recife (Ilha Santa Terezinha)
Vagas: 20 (prioridade para mulheres da Ilha Santa Terezinha e comunidade surda do Recife)
Acessibilidade: Oficina com intérprete de LIBRAS
Idade: +18 anos
Incentivo: PNAB – Recife, por meio do Edital Multilinguagens – Recife Criativo
Ficha técnica:
Idealizadora, produtora geral e Oficineira: Lane Luz
Produtora executiva: Natasha Santiago
Intérprete de LIBRAS: Joselma Santos
Assessoria de Imprensa: Dulce Araújo
Identidade Visual: Priscila Avelin
Fotógrafa e Videomaker: Gisele Carvallo
Musicista Convidada: Sônia Guimarães
Contadora: Silvana Tenório
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