Jogo aberto
Comentários sobre o futebol, os clubes e os craques do esporte mais popular do planeta
Em meio à discussão, ainda em voga nos fóruns da CBF, quanto à redução do número de jogadores estrangeiros no futebol brasileiro emerge do recente Mundial de clubes da Fifa um contraponto merecedor de reflexão: até que ponto a abertura para inscrição de até nove estrangeiros, adotada em 2024, impactou as atuações dos times brasileiros no torneio - sobretudo em embates com os representantes europeus, maioria com jogadores de dez diferentes nacionalidades no elenco.
Em seus mais recentes confrontos internacionais pela agora Copa Intercontinental Botafogo (2024), Flamengo (2019 e 2022/23), Fluminense (2023) e Palmeiras (2020/21 e 21/22) utilizaram entre dois e quatro jogadores de outros países, apostando sua fichas nos revelados no país.
Muito, é claro, em função da limitação imposta pela CBF, que até 2022 limitava em cinco o número de “gringos” para cada jogo. Em 2023, a permissão aumentou para sete e, em 2024, subiu para nove.
Neste Mundial, os quatro clubes brasileiros utilizaram ao todo oito jogadores na competição, cada um.
Chegando a ir campo com sete, como fez o Palmeiras contra o Al Ahly; seis, como o Flamengo fez diante do Espérance; ou cinco, como o Fluminense em três de seus jogos.
O Botafogo não usou mais do que quatro por partida, embora, no todo, tenha recorrido aos préstimos de quatro deles. Os europeus, em especial PSG e City, chegaram a iniciar os jogos com oito estrangeiros entre titulares.
Ou seja, a abertura do mercado permitiu um olhar mais acurado para os investimentos em bons jogadores de Argentina, Uruguai, Colômbia, Equador e Venezuela, alguns até com passagens por clubes da Europa.
E isso parece ter aumentado a competitividade dos times brasileiros, e não só dos quatro participantes do Mundial. Não à toa, são cerca de 140 deles inscritos na Série A do Brasileiro, representando 18 diferentes nacionalidades, predominância de argentinos e uruguaios .
Dos 20 da Série A, apenas o Mirassol não tem ainda um estrangeiro para chamar de seu. Mas a “febre” é geral. Tem sido a opção mais em conta.
Por isso, há quem tenha chegado a registrar onze no elenco (casos de Vasco e Grêmio), outros dez (Fortaleza). Estão, evidentemente, em um patamar mais abaixo. Mas não comprometem a eficácia desse jeito globalizado de montar times competitivos.
MATÉRIAS RELACIONADAS:



