Caneg: Oportunidade e desafio na transição energética
Embora crie negócios, mudança traz exigências que ameaçam existência de empresas, alertou fundador de startup, durante evento da Ases
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A transição energética é um caminho sem volta, que criará oportunidades de negócios, mas também representa desafios. Esse foi um dos temas tratados durante o Café de Negócios (Caneg) da Associação dos Empresários da Serra (Ases), ocorrido ontem no Steffen Centro de Eventos, em Jardim Limoeiro.
Empresas fornecedoras que não buscarem a inovação para atender às novas exigências das grandes empresas poderão até mesmo encerrar suas atividades, analisa o fundador da startup capixaba ECO55, Guilherme Barbosa, durante o evento.
O maior risco, segundo ele, é que a pressão pela descarbonização ocorra de forma mais intensa na cadeia de suprimentos, ou seja, nos pequenos e médios negócios.
“Estamos em uma transição energética, e negócios irão ficar para trás. Se está difícil para eles (grandes empresas), imagina para a classe média”, alertou.
Buscar recursos e inovação é o caminho, segundo Barbosa, para diminuir os riscos físicos e da própria transição. “A gente está vendo isso já na Petrobras, nas grandes empresas. Quem não se atenta a isso, fica de fora, sem nem saber que o planeta está esquentando”.
Barbosa foi responsável por realizar um levantamento com mais de 40 empresas sobre os indicadores de emissão de gases do efeito estufa. No processo, foram mapeados 19 milhões de toneladas de gases em emissão por ano, realizada por empreendimentos que faturam, no total, R$ 36 bilhões no Espírito Santo:
“É muita grana, é muita emissão. Isso é 65% das emissões capixabas. As empresas precisam entender que (a transição energética) é o cenário do futuro e que a gente vai ter que fazer alguma coisa, porque os negócios estão ameaçados”.
No evento, a presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, revelou que os investimentos em saneamento básico deram à Serra cerca de R$ 1 bilhão em ganho líquido em 10 anos. O total compreende economia de gastos com saúde, valorização de imóveis, e atração de novos negócios.
“Estamos falando de R$ 150 milhões de redução de custos com saúde, mais R$ 150 milhões de ganho de produtividade, ganho com valorização imobiliária, ganho com renda com turismo. Tem retorno melhor que esse?”, indagou.
O painel principal com Barbosa e Luana teve mediação da jornalista Andréia Lopes.
Novo centro cultural da Ases
Um novo centro cultural na Serra, que será construído pela Associação dos Empresários (Ases), será lançado neste mês. O Centro da Cultura Ases vai ser apresentado aos empresários no dia 31.
O espaço terá auditório com 410 lugares, teatro e espaço para shows, eventos corporativos e exposições, revela a superintendente executiva da Ases, Eula Peres.

A obra está contemplada na Lei de Incentivo à Cultura (LIC) do Governo Federal — Lei Rouanet —, que promove projetos de interesse público a partir da captação de recursos com a iniciativa privada.
A estrutura ficará no bairro Morada de Laranjeiras, ao lado da sede da associação, em área total de 5 mil metros quadrados. O investimento previsto na construção é de R$ 7 milhões. Após o lançamento, será iniciado o período de captação desse recurso junto aos empresários do município.
A expectativa é de que a obra dure dois anos, com previsão de início em 2026 e término em 2028, considerando que os recursos sejam captados dentro do cronograma.
Próximo evento já está marcado

O diretor da Ases, Kleber Alves, destacou o papel da associação na articulação de soluções sustentáveis para o município. “A Ases contribui para o desenvolvimento das empresas e da cidade. E o Café de Negócios é o ambiente certo para provocar essas reflexões”.
O próximo encontro já tem data marcada: o 227º Café de Negócios será no dia 13 de agosto.
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