Família de Juliana Marins cogita processar governo da Indonésia
Velório da brasileira acontece nesta sexta-feira, em Niterói, cidade onde vivia com a família
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Manoel Marins, 64, pai da turista brasileira Juliana Marins, 26, que morreu após cair na trilha do monte Rinjani, na Indonésia, afirmou que a morte ocorreu por descaso, negligência e precariedade dos serviços de resgate do país, e cogita processar o governo de lá.
O velório de Juliana Marins acontece nesta sexta-feira (4), em Niterói, cidade onde vivia com a família.
Juliana caiu no monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, no dia 20 de junho, enquanto fazia a trilha. Inicialmente ela chegou a ser vista com vida, mas o resgate só a alcançou no dia 24, quando já estava morta. O corpo foi resgatado no dia 25.
"Eu ficava até com pena do pessoal da Defesa Civil local. Eles têm boa vontade, mas não têm recursos. Se os voluntários não tivessem chegado, é bem provável que Juliana sequer fosse resgatada", afirmou Manoel a jornalistas.
"O caso se trata de despreparo, descaso com a vida humana, negligência e precariedade. É um destino turístico conhecido mundialmente, deveria ter mais estrutura."
Os pais de Juliana chegaram ao velório às 10h10. O velório estará aberto ao público até o meio-dia. Das 12h30 às 15h a cerimônia será restrita aos familiares.
CORPO NÃO SERÁ CREMADO
O corpo de Juliana será enterrado, não cremado, apesar do desejo da família. A pedido da Defensoria Pública a Justiça do Rio de Janeiro autorizou na quinta (3) a cremação, mas a família já havia preparado o sepultamento, seguindo a orientação de que o enterro possibilitaria eventual pedido de exumação.
Segundo Manoel, a família avalia processar o governo indonésio por suposta negligência no resgate, mas ainda vão aguardar o resultado da nova autópsia realizada no corpo de Juliana na última quarta (2).
Juliana havia passado por necropsia na Indonésia, mas parentes pediram a reavaliação para esclarecer com mais precisão a causa e a hora da morte, além de verificar sinais que pudessem ter passado despercebidos pela perícia local.
Dois peritos legistas da Polícia Civil conduziram o exame, que foi acompanhado por um perito da Polícia Federal, um assistente técnico da família e pela irmã de Juliana, Mariana Marins. O laudo preliminar deve ser entregue em até sete dias, a contar da data do exame.
A família ainda não tem certeza sobre a data da morte. O corpo foi resgatado com múltiplas fraturas e grave hemorragia interna, o que explicaria a morte, segundo o médico legista responsável pela autópsia. Pela estimativa do médico, a turista brasileira pode ter sobrevivido por quatro dias após a primeira queda.
O local em que ela caiu era de difícil acesso, e as buscas precisaram ser paralisadas diversas vezes devido às más condições climáticas.
É possível que a brasileira tenha sofrido uma segunda queda. No dia 21, vídeo feito por drone captou Juliana, sentada e em movimento, em um local íngreme. No dia 24, quando foi encontrado o corpo, outra gravação mostrou que ela estava em um local diferente, mais plano. A segunda queda pode tê-la levado mais para o fundo do penhasco.
Na Indonésia, a polícia da ilha de Lombok anunciou na segunda (30) que já ouviu testemunhas e inspecionou o local onde Juliana caiu para tentar identificar se houve qualquer tipo de irregularidade na morte dela.
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